NONAGÉSIMA TERCEIRA ASSEMBLÉIA DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL VENEZUELANA
Roma, 11 jan (RV) – Dando inicio à Nonagésima Terceira Assembléia da Conferência
Episcopal, Dom Ubaldo Ramón Santana Sequera, arcebispo de Maracaibo e presidente da
Conferência Episcopal Venezuelana, pronunciou palavras de saudação e boas vindas a
todos os presentes dando especial ênfase a saudação ao Arcebispo Pietro Parolín, novo
Núncio Apostólico na Venezuela.
Dom Ubaldo falou sobre três acontecimentos
que marcaram a vida da Conferência Episcopal Venezuelana durante o ano passado: a
aposta na prática do Concilio Plenário da Venezuela e da Missão Continental; a preparação
e a realização da Visita à Limina Apostolorum Petri et Pauli do Episcopado nacional
em Roma; e a intervenção em torno da aprovação da nova Lei de Educação.
Abordando
nacional e internacionalmente as questões, pois, como disse ele, “é um dever próprio
de nosso ministério projetar a luz do evangelho sobre as questões sociais de nosso
tempo”, comentou, com relação às crises mundiais, que não se pode perder de vista
o potencial abusivo dos grandes interesses econômicos e políticos. Porém, afirmou,
“a condição não está somente concentrada nas elites que manejam o sistema financeiro.
A crise também está nos muitos cidadãos comuns que aspiram a ganhar dinheiro com pouco
ou nenhum esforço, nos especuladores que não vacilam em pisotear os direitos de seus
semelhantes".
Sobre o panorama nacional disse: “Limito-me a apontar alguns
aspectos importantes que afetam a vida do povo da Venezuela do ponto de vista de um
pastor da Igreja católica”. Segundo o religioso, as soluções do país baseiam-se na
substituição do atual clima de confronto por um propício ao diálogo e os pastores
da Igreja Católica não são nem os opositores nem oficiais, mas só querem exercer a
missão de guia para iluminar as consciências, fortalecer a saúde espiritual e qualidade
de vida da sociedade. A respeito da violência, ressaltou que a Venezuela está
convertida em uma sociedade violenta e que vê com grande consternação o aumento do
índice de mortes em cidades e nos campos, mas que isso é conseqüência da perda do
valor sagrado da vida humana e do sentido de existência.
O arcebispo destacou
ainda que a pobreza é um dos principais problemas do país e uma das causas da conflitude
social. “Sem dúvida, ela vem com fatores econômicos e políticos. Porém, também e,
sobretudo, com a perda do sentido e da meta da existência humana. A pobreza se combate
eficazmente com equidade social", falou.
A abertura foi encerrada com o assunto
da Lei de Educação, um dos temas que mais chamou a atenção da Igreja Católica durante
2009, alarmando a forma de sua elaboração, discussão e aprovação que não olhou de
maneira ampla e respeitosa todos os componentes da sociedade. “Em matéria de tanta
transcendência os políticos não podem tomar decisões exclusivas. É fundamental buscar
o consenso", concluiu. (LC)