Nápoles, 11 jan (RV) - "Nós, missionários italianos, queremos expressar a nossa
solidariedade ao sofrimento dos imigrantes africanos, que há anos vivem em estado
de escravidão na colheita das laranjas" – escreveram os missionários combonianos de
Castelvolturno (Caserta) e de Nápoles, comentando os confrontos dos últimos dias que
envolveram imigrantes africanos e a população da cidade de Rosarno, na região italiana
da Calábria, sul do país.
Eles se declaram indignados com as palavras do ministro
do Interior italiano, Roberto Maroni, que afirmou que a situação se degenerou devido
à demasiada tolerância em relação aos clandestinos. "É tolerância aceitar que os clandestinos
vivam em condições de absoluta degradação?" – questionam os missionários.
As
palavras do ministro italiano também foram criticadas pelo secretário do Pontifício
Conselho para os Migrantes e os Refugiados, Dom Agostino Marchetto.
"Trata-se
de respostas simplistas, enquanto a situação triste, dificilíssima e desumana em que
vivem os trabalhadores imigrantes naquelas terras necessitaria de respostas mais aprofundadas"
– declarou Dom Marchetto, no início da revolta dos imigrantes. (BF)