2010-01-09 17:54:30

IGREJA TAMBÉM CRITICA PLANO DE DIREITOS HUMANOS DE LULA


Brasília, 09 jan (RV) - O 3º Programa Nacional dos Direitos Humanos, qualificado por comandantes militares como "insultuoso, agressivo e revanchista" em relação às forças armadas, tem provocado também reações de descontentamento e críticas ao Governo do presidente Lula, por parte de setores da Igreja Católica.

Bispos, padres e leigos engajados em movimentos pró-vida reagem a quatro artigos do documento tornado público no mês passado.

Os itens propõem ações coordenadas de governo para apoiar "a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto", "mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos", "a união civil entre pessoas do mesmo sexo" e "o direito de adoção por casais homoafetivos".

A defesa desses valores é tão ofensiva a setores da Igreja Católica quanto foi, para os militares, a proposta de se criar uma "comissão nacional da verdade", também contida no programa, com o objetivo de examinar as violações de direitos humanos praticadas durante a ditadura (1964-1985).

"Vemos nessas iniciativas uma atitude arbitrária e antidemocrática do governo Lula" – afirma o bispo de Assis, Dom José Simão, responsável pelo Comitê de Defesa da Vida do Regional Sul-1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que congrega as dioceses do Estado de São Paulo.

Dom José Simão declara que essa insatisfação é compartilhada por outros bispos brasileiros: "A igreja é contra. É claro que os arcebispos, os bispos são contrários (ao documento)."

Ele afirma que tem entrado em contato com outros religiosos e que trabalha para articular um manifesto da Igreja no Brasil em repúdio às medidas defendidas pelo programa de direitos humanos: "Pretendemos reunir, na primeira oportunidade, alguns bispos para discutir sobre essa questão" - assegurou.

O objetivo de Dom José é conseguir uma declaração da CNBB sobre o tema, mas há bispos, mesmo entre aqueles que compartilham de sua indignação, que preferem não bater de frente com o Planalto.

Grupos contrários ao aborto também se têm articulado para tentar fazer frente ao programa de direitos humanos: a presidente da Federação Paulista dos Movimentos em Defesa da Vida, Maria Dolly Guimarães, afirma que leigos têm escrito aos bispos, pedindo que a Igreja se manifeste sobre o tema. (AF)







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