A HUMILDADE, CAMINHO DO HOMEM PARA ENCONTRAR DEUS: PALAVRAS DO PAPA NO TEMPO DE NATAL
Cidade do Vaticano, 08 jan (RV) - Amor e luz: foi o binômio que se repetiu
constantemente nas homilias e Angelus de Bento XVI nas celebrações natalinas deste
ano. Da missa da Vigília do Natal à Epifania, o papa mostrou aos fiéis a grandeza
de um Deus que se faz Menino. E convida-nos a nos tornarmos pequenos, humildes para
acolhermos a luz do Senhor em nosso coração.
Repercorramos alguns pensamentos
do Santo Padre neste tempo de Natal.
No Natal celebramos a força de um Menino
que com a sua luz de amor irradia toda a humanidade. Na missa da noite de Natal o
papa convidou o homem de hoje a dar espaço a esse amor, a acolher Deus, a apressar-se
como os pastores rumo a Belém:
"Deus é importante, absolutamente a realidade
mais importante em nossa vida. Os pastores nos ensinam justamente essa prioridade.
Queremos aprender deles a não nos deixar sobrecarregar com todas as coisas urgentes
da vida cotidiana. Queremos aprender deles a liberdade interior de colocar em segundo
plano outras ocupações – por mais importante que sejam – para encaminhar-nos rumo
a Deus, para deixá-lo entrar em nossa vida e em nosso tempo." (Homilia, missa de
24 de dezembro de 2009)
Na noite de Natal assistimos à novidade extraordinária
de uma Palavra que se fez carne numa criança indefesa – afirmou ainda Bento XVI:
"O
sinal de Deus, o sinal que é dado aos pastores e a nós, não é um milagre emocionante.
O sinal de Deus é a sua humildade. O sinal de Deus é que Ele se faz pequeno; torna-se
criança; deixa-se tocar e pede o nosso amor. Como nós, homens, desejaríamos um sinal
diferente, imponente, incontestável do poder de Deus e da sua grandeza. Mas o seu
sinal convida-nos à fé e ao amor, e, portanto, nos dá esperança: Deus é assim." (Homilia,
missa de 24 de dezembro de 2009)
E no dia seguinte, dia de Natal, na mensagem
natalina, o Santo Padre ressaltou a luz que emana da gruta de Belém, uma luz de esperança
que rompe as trevas:
"A luz do primeiro Natal foi como um fogo aceso na noite.
Tudo ao redor encontrava-se nas trevas, enquanto na gruta resplandecia a luz verdadeira
"que ilumina todo homem" (Jo 1, 9). No entanto, tudo se deu na simplicidade e no anonimato,
segundo o estilo com o qual Deus atua em toda a história da salvação. Deus ama acender
luzes circunscritas, para depois resplandecer em grande alcance." (Mensagem natalina,
25 de dezembro de 2009)
A Igreja não mantém para si este amor, este Menino
– reiterou o pontífice – mas o oferece a todos aqueles que o buscam com coração sincero.
E
no dia 26 de dezembro, memória de Santo Estevão protomártir, recordou que aquele Menino,
que vage na manjedoura, pede a cada um de nós que testemunhe com coragem o seu Evangelho,
mesmo à custa da própria vida.
No dia seguinte, na solenidade da Sagrada Família,
o papa ressaltou que, com o nascimento de Jesus, a família humana torna-se ícone de
Deus. Um Deus-amor que mudou o curso da história do homem:
"Com a encarnação
do Filho de Deus, a eternidade entrou no tempo, e a história do homem se abriu para
o cumprimento no absoluto de Deus. O tempo foi - por assim dizer – "tocado" por Cristo,
o Filho de Deus e de Maria, e dele recebeu significados novos e surpreendentes: tornou-se
tempo de salvação e de graça." (Te Deum, 31 de dezembro de 2009) (RL)