Cairo, 08 jan (RV) - Pelo menos oito membros da minoria cristã copta e um agente
de segurança foram mortos a tiros, diante de uma igreja, na localidade de Naj Hammadi,
sul do Egito.
Os disparos foram feitos de um carro que passava em frente à
igreja, ao término da celebração do Natal ortodoxo, cerimônia iniciada à meia-noite
de quarta-feira. Os fiéis atingidos estavam saindo da igreja.
As autoridades
egípcias suspeitam que o ataque possa ter sido uma retaliação, pelo estupro de uma
menina muçulmana de 12 anos por parte de um homem cristão, episódio ocorrido na cidade,
em novembro de 2009.
Naquela ocasião, a cidade foi palco de uma onda de violência
que perdurou por vários dias, com propriedades de cristãos danificadas e incendiadas.
O bispo ortodoxo Kirollos, da igreja atingida pelos tiros, afirmou que, em
razão das ameaças que recebera dias antes da celebração, decidira encerrar a cerimônia
uma hora antes do previsto.
Kirollos afirmou que deixou a igreja minutos antes
do ataque, pela porta dos fundos, mas ainda ouviu o barulho do ataque e tiros de metralhadora.
Dois muçulmanos que passavam pelo local no momento do ataque estariam entre
as dez pessoas que ficaram feridas.
De acordo com a correspondente da BBC
no Cairo, Yolande Knell, episódios de tensão entre muçulmanos e cristãos não são novidade
no Egito. Os cristãos compõem cerca de 10% da população, cujo total é de 80 milhões
de habitantes.
A maioria dos cristãos egípcios é copta. A Igreja Ortodoxa Copta
foi fundada em meados do século I e conta hoje, cerca de 16 milhões de fiéis, a grande
maioria deles no Egito. (AF)