2010-01-06 16:28:17

PAPA NO ANGELUS: CONVITE A IMITAR OS REIS MAGOS, MODELO DE UNIDADE ENTRE INTELIGÊNCIA E FÉ


Cidade do Vaticano, 06 jan (RV) - Bento XVI presidiu ao meio-dia desta quarta-feira, da janela de seus aposentos que dá para a Praça São Pedro, a oração do Angelus, na festa da Epifania do Senhor. Ressaltamos que no Brasil a solenidade da Epifania do Senhor foi celebrada pela Igreja no domingo, dia 3 do corrente.

De fato, milhares de fiéis, peregrinos e turistas o aguardavam na praça para a oração mariana. Na alocução que precedeu a oração do Angelus, o pontífice ressaltou que "celebramos hoje a grande festa da Epifania, o mistério da Manifestação do Senhor a todos os povos, representados pelos Reis Magos, vindos do Oriente para adorar o Rei dos Judeus (cfr Mt 2, 1-2).

O papa destacou que "o evangelista Mateus, que narra o evento, ressalta que eles chegaram até Jerusalém seguindo uma estrela, vista em seu surgir e interpretada como sinal do nascimento do Rei anunciado pelos profetas, isto é, o Messias".

Tendo, porém, chegado a Jerusalém, os Magos precisaram das indicações dos sacerdotes e dos escribas para conhecer exatamente o lugar aonde deveriam ir, isto é, Belém, a cidade de Davi (cfr Mt 2, 5-6).

Bento XVI observou que a estrela e as Sagradas Escrituras foram as duas luzes que guiaram o caminho dos Magos, os quais se nos mostram como modelos daqueles que autenticamente procuram a verdade.

Em seguida, o Santo Padre destacou quem eram os Reis Magos:

"Eles eram sapientes, que escrutavam os astros e conheciam a história dos povos. Eram homens de ciência num sentido amplo, que observavam o cosmo considerando-o quase como um grande livro repleto de sinais e de mensagens divinas para o homem."

Portanto – prosseguiu o papa – "longe de considerar-se auto-suficientes, estavam abertos a ulteriores revelações e apelos divinos. De fato, não se envergonham de pedir instruções aos chefes religiosos dos Judeus".

Em seguida, o pontífice observou que eles poderiam ter dito: façamos sozinhos, não precisamos de ninguém, evitando, segundo a nossa mentalidade atual, toda "contaminação" entre a ciência e a Palavra de Deus.

Pelo contrário – continuou Bento XVI – os Magos escutam as profecias e as acolhem; e tão logo se colocam em caminho rumo a Belém, veem novamente a estrela, quase a confirmar uma perfeita harmonia entre a pesquisa humana e a Verdade divina, uma harmonia que encheu de alegria os seus corações de autênticos sapientes (cfr Mt 2, 10).

O papa observou que o ápice de seu itinerário de busca foi alcançado quando se encontraram diante do "Menino com Maria sua mãe" (Mt 2, 11).

O Evangelho diz que "prostrados o adoraram", frisou o papa, acrescentando que eles poderiam ter ficado desiludidos, escandalizados. Ao invés, como verdadeiros sapientes, estavam abertos ao mistério que se manifesta de modo surpreendente; e com os seus presentes simbólicos demonstram reconhecer em Jesus o Rei e o Filho de Deus.

Bento XVI observou que justamente naquele gesto se cumpriram os oráculos messiânicos que anunciam a homenagem das nações ao Deus de Israel.

O papa fez ainda uma ulterior observação: um último particular confirma, nos Reis Magos, a unidade entre inteligência e fé:

"O fato de terem sido advertidos, em sonho, a não voltar a Herodes e por outro caminho retornaram para seu país" (Mt 2, 12).

Bento XVI frisou que teria sido natural retornar a Jerusalém, ao palácio de Herodes e ao Templo, para dar ressalto à sua descoberta. "Ao invés, os Magos, que escolheram o Menino como o seu soberano, custodiaram sua descoberta no anonimato, segundo o estilo de Maria, ou melhor, o estilo do próprio Deus, e assim como apareceram, desapareceram no silêncio, recompensados, mas também transformados pelo encontro com a Verdade.

De fato, "haviam descoberto um novo rosto de Deus, uma nova realeza: a realeza do amor. O papa concluiu sua alocução pedindo à Virgem Maria, modelo de verdadeira sabedoria, que nos ajude a sermos pessoas que autenticamente procuram Deus, capazes de viver sempre a profunda sintonia que existe entre razão e fé, ciência e revelação.

Após a oração mariana, o Santo Padre, em sua saudação em várias línguas aos diversos grupos de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro, fez suas mais cordiais felicitações aos irmãos e às irmãs das Igrejas Orientais que celebram amanhã, quinta-feira, o santo Natal. "O mistério de luz seja fonte de alegria e de paz a toda família e comunidade."

Em seguida, o papa recordou que na solenidade da Epifania celebra-se também o Dia da Infância Missionária, com o lema "As crianças ajudam as crianças". Promovida pelo venerável Papa Pio XII em 1950, essa iniciativa educa as crianças a formarem uma mentalidade aberta ao mundo e a serem solidárias com as suas coetâneas menos favorecidas.

"Saúdo coma feto todas as crianças missionárias presentes nos cinco continentes e as encorajo a serem sempre testemunhas de Jesus e anunciadoras de seu Evangelho" – exortou o pontífice. Concedendo a todos a sua bênção apostólica, o Santo Padre concluiu desejando boa festa. (RL)







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