2010-01-04 15:53:14

BENTO XVI FALA, NO ANO NOVO, SOBRE A ESPERANÇA CRISTÃ


Cidade do Vaticano, 04 jan (RV) - "A nossa esperança está em Deus", "nós confiamos no Deus que em Jesus Cristo revelou de modo pleno e definitivo a sua vontade de estar com o homem, de partilhar a sua história": essa é uma das passagens candentes do Angelus deste domingo de Bento XVI, o primeiro de 2010.

Portanto, o papa voltou a falar da esperança, um dos temas que caracterizam o seu pontificado e ao qual, como se sabe, dedicou a sua segunda encíclica, a "Spe salvi" (Salvos pela esperança).

Aproveitemos para repercorrer algumas reflexões do Santo Padre sobre a esperança.

As pequenas esperanças e a grande esperança. As primeiras são efêmeras, a segunda é sólida e confiável.

No início do novo ano – ressaltou o papa – é fácil aventurar-se em previsões e prognósticos. O coração mostra-se inquieto entre esperanças e preocupações:

"Inicia-se um novo ano e muitas são as nossas expectativas e esperanças. Porém, não podemos esconder que no horizonte descortinam-se também não poucas sombras que preocupam a humanidade. Contudo, não podemos desencorajar-nos; pelo contrário, devemos manter sempre acesa em nós a chama da esperança. Para nós cristãos, a verdadeira esperança é Cristo, dom do Pai à humanidade." (Discurso à Inspetoria de Polícia, 15/01/2009)

Um dom de tal modo confiável "que nos faz dizer que nele nós temos a salvação". Mas em que consiste, realmente, essa esperança? – pergunta-se o papa comentando a sua encíclica "Spe salvi":

"Consiste substancialmente no conhecimento de Deus, na descoberta de seu coração bom e misericordioso. Jesus, com a sua morte na cruz e a sua ressurreição, revelou-nos o seu rosto, o rosto de um Deus tão grande no amor que nos comunica uma esperança inquebrantável que nem mesmo a morte pode suplantá-la, porque a vida de quem se confia a esse Pai se abre na perspectiva da eterna beatitude." (Angelus, 02/12/2007)

O papa constata que o desenvolvimento da ciência moderna "confinou sempre mais a fé e a esperança na esfera privada e individual". Por isso, hoje "se mostra de modo evidente, e por vezes dramático, que o homem e o mundo precisam de Deus, do verdadeiro Deus!" Do contrário – observa – os homens "permanecem desprovidos de esperança":

"A ciência contribui muito para o bem da humanidade – sem dúvida – mas não é capaz de redimi-la. O homem é redimido pelo amor, que torna boa e bonita a vida pessoal e social. Por isso, a grande esperança, a esperança plena e definitiva, é garantida por Deus, pelo Deus que é o amor, que em Jesus nos visitou e nos deu a vida, e n'Ele voltará no fim dos tempos. É em Cristo que esperamos, é Ele que esperamos!" (Angelus, 02/12/2007)

E se realmente esperamos em Cristo, cada um de nós pode "experimentar o poder da graça salvadora de Deus". Uma graça que muda a nossa vida:

"À luz dessa firme esperança, o nosso trabalho cotidiano, qualquer que ele seja, assume um significado e valor diferente, porque o ancoramos naqueles valores perenes humanos e espirituais que tornam a nossa existência mais serena e útil aos irmãos... e é realizando bem o próprio dever que cada batizado realiza a sua vocação à santidade." (Discurso à Inspetoria de Polícia, 15/01/2009)

A esperança evangélica – observa ainda o pontífice – não se fecha em si mesma. "A nossa esperança – explica o Santo Padre – é sempre essencialmente também esperança para os outros, e somente assim ela é verdadeiramente esperança também para cada um de nós". "Esperar é querer", afirma ainda Bento XVI fazendo eco a São Boaventura. E acrescenta:

"Quem espera deve levantar a cabeça dirigindo seus pensamentos ao alto, para a altura da nossa existência, isto é Deus:

"Somente esta "grande esperança-certeza" nos assegura que, apesar das falências da vida pessoal e das contradições da história em seu conjunto, "o poder indestrutível do Amor" nos protege sempre". Quando então é essa esperança que nos sustenta jamais corremos o risco de perder a coragem de contribuir, como fizeram os santos, para a salvação da humanidade, abrindo nós mesmos e o mundo para a entrada de Deus: da verdade do amor e da luz." (Discurso em Bagnoregio – centro da Itália – 07/09/2009) (RL)







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