2010-01-02 18:14:36

IGREJA CELEBRA SÃO BASÍLIO MAGNO E SÃO GREGÓRIO NAZIANZENO: SEM DEUS NÃO HÁ VERDADEIRO HUMANISMO


Cidade do Vaticano, 02 jan (RV) - Celebra-se neste sábado a memória de dois grandes bispos e doutores da Igreja: São Basílio Magno e São Gregório Nazianzeno, dois santos que foram também grandes amigos, vivendo juntos na Capadócia, atual Turquia, os não-fáceis episódios do Séc. IV. O papa dedicou aos dois Padres da Igreja quatro catequeses durante as audiências gerais no verão europeu de 2007.

O papa volta a sua atenção para a mensagem que Basílio e Gregório Nazianzeno lançam a nós hoje. Viveram no Séc. IV: há pouco a Igreja havia saído das catacumbas, mas novas dificuldades a ameaçavam. Os imperadores romanos buscavam instrumentalizar a fé: apoiavam a heresia ariana segundo a qual Cristo é somente homem. Uma doutrina considerada politicamente correta e mais útil para solidificar o império.

Basílio e Gregório, grandes teólogos, amavam a vida monástica, mas foram consagrados bispos, aceitando – como disse o papa – ser levados pela Providência para onde não queriam. Defenderam, contra a opinião da maioria, o Mistério da Trindade e Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. E depois a Igreja, Corpo de Cristo.

Nasce daí o sentido profundamente espiritual da justiça e da solidariedade cristã: o outro é parte de Cristo e parte de mim, não posso deixar de me interessar pelo próximo. Se sofre é o próprio Cristo que sofre e sou eu mesmo que sofro.

Basílio criou um monaquismo aberto à sociedade, fundou os primeiros hospitais da história, olhou para os últimos:

"Basílio se preocupou constantemente com as difíceis condições materiais em que os fiéis viviam; denunciou com firmeza os males; empenhou-se em favor dos mais pobres e marginalizados; interveio também junto aos governantes para aliviar os sofrimentos das populações, sobretudo em momentos de calamidade; vigilou pela liberdade da Igreja, contrapondo-se também aos poderosos para defender o direito de professar a verdadeira fé." (Audiência geral de 4 de julho de 2007)

Basílio advertiu os que vivem a fé de modo setorial separando a liturgia, oração e caridade: todas essas dimensões caminham juntas: o motor de tudo é a Eucaristia: recomendou a Comunhão freqüente, inclusive a comunhão diária.

Um aspecto particular da sua doutrina é a educação dos jovens cristãos: devem crescer – dizia – na liberdade e no discernimento, não isolados do mundo, mas abertos ao que de bom existe na cultura pagã do tempo.

Eis para nós, em síntese, a mensagem de São Basílio Magno:

"Em primeiro lugar, essa participação atenta, crítica e criativa à cultura contemporânea. Depois, a responsabilidade social: esse é um tempo no qual, num mundo globalizado, também os povos geograficamente distantes são realmente o nosso próximo. Portanto, a amizade com Cristo, o Deus de feições humanas. E, por fim, o conhecimento e o reconhecimento para com o Deus Criador, Pai de todos nós: somente abertos a esse Deus, Pai comum, podemos construir um mundo justo e fraterno." (Audiência geral de 1º de agosto de 2007)

Também para São Gregório Nazianzeno "sem Deus não há verdadeiro humanismo": alma sensível a ponto de chegar à timidez, é chamado a defender com força a unidade e a paz na Igreja dilacerada por discórdias e heresias:

"Repetia-se aquilo que Gregório já havia lamentado... com veementes palavras: <>!" (Audiência geral de 8 de agosto de 2007)

A sua força – recordou o papa – é a oração: <<é necessário recordar-se de Deus – afirma São Gregório – mais vezes do que se respira>> "porque a oração é o encontro da sede de Deus com a nossa sede. Deus tem sede que nós tenhamos sede d'Ele".

Nazianzeno – recordou o papa – foi um grande teólogo, um grande orador e um fino poeta. (RL)







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