Cidade de Guatemala, 02 dez (RV) - Passados 13 anos da assinatura dos históricos
acordos que colocaram ponto final em dezenas de anos de guerra civil, que causaram
a morte de milhares de civis, o Núncio Apostólico na Guatemala, Dom Paul Richard Gallagher,
falando nesta semana na capital guatemalteca, durante a cerimônia “A troca da Rosa
da Paz”, recordou a importância e os frutos da paz obtida.
Dom Gallegher agradeceu
o Presidente da República que “reconheceu à Santa Sé o seu permanente papel em favor
da paz e à Igreja presente na Guatemala o seu compromisso”. Neste âmbito o núncio
apostólico recordou que recentemente no Vaticano celebrou-se o sucesso da mediação
pontifícia entre o Chile e a Argentina a dez anos de distância da assinatura do Tratado
de amizade e cooperação entre os dois países latino-americanos.
Ao mesmo tempo
Dom Gallagher recordou a primeira mensagem para o Dia Mundial da Paz pronunciada por
Paulo VI, 43 anos atrás, que está em sintonia com o Dia Mundial da Paz deste ano,
no qual o Papa Bento XVI convidou a humanidade a refletir sobre o relacionamento entre
paz e salvaguarda da Criação.
“A paz é uma criatura delicada e frágil que ocorre
nutrir e à qual se dever ter muito cuidado”, destacou Dom Gallagher, observando que
“o atual clima de violência, de desigualdade e de impunidade” que vive o país centro-americano
torna difícil “demonstrar onde termina o conflito e onde inicia a paz”. Todo processo
de paz – explicou em seguida o núncio – deve-se basear em dois princípios: “Sem justiça
não existe a possibilidade de reconciliar os corações e sem uma reconciliação duradoura
não pode existir a paz”. “A paz é uma virtude espiritual que procura manifestar-se
nos nossos relacionamentos e nas estruturas sociais. Ela é livre e interior e não
pode coexistir com a injustiça.”
“A busca da paz, concluiu Dom Gallagher,
é uma condição imprescindível para a convivência humana e um critério de retidão das
nossas ações. Não podemos jamais acreditar que a paz seja uma conquista óbvia; ao
contrário, devemos buscá-la de modo constante e ativamente, partilhando os seus frutos
com os demais”. (SP)