Juiz de Fora, 1º jan (RV) - O que é a paz? O profeta Isaias diz que a paz é
fruto da justiça: Será derramado outra vez sobre nós um espírito que vem do alto.
Então o deserto se tornará um jardim, e o jardim será considerado um bosque. No deserto
habitará o direito, e a justiça habitará no jardim. O fruto da justiça será a paz.
De fato, o trabalho da justiça resultará em tranqüilidade e segurança permanentes.
(Is, 33, 14 a 18).
Jesus Cristo ao enviar seus discípulos para a missão deu-lhe
alguns conselhos e entre eles o seguinte: Ao entrarem na casa, façam a saudação.
Se a casa for digna, desça sobre ela a paz de vocês, se ela não for digna, que a paz
volte para vocês. (Mt 10, 12 a 14).]
Pelos textos citados temos duas origens
da paz: uma origem da paz social é a justiça e outra provém do coração.
Os
antigos romanos tinham um ditado: Se vis pacem, para bellum. Se querem a paz preparem
a guerra.
Segundo o conceito romano, as nações vivem em constante preparação
para a guerra no intuito de conseguir a paz, mas nunca a conseguiram, pois a verdadeira
paz provém, como dissemos da justiça e do coração.
Não me interessa aqui tratar
da paz entre as nações, pois para isso elas têm as ONU, a OEA e outros organismos
internacionais, que mediam conflitos no objetivo de conseguir a paz, mas pelo que
se vê, nunca conseguiram uma paz duradoura. Esta é a realidade.
Quero, aqui,
tratar da paz interior, essa sim, o cristão tem o dever de obtê-la, pois a paz interior
localiza-se no coração, sede psicológica do amor.
A paz não se obtém com a
guerra.
A guerra, como se sabe, exige grandes preparativos, grandes armamentos,
tropas treinadas para matar, grandes estratégias e depois, combates violentos, destruição,
morte de inocentes. Uma calamidade.
A paz do coração, ao contrário, se concretiza
com pequenos esforços, em pequenos grupos, erradicando do ser humano, o ódio, a vingança,
a desavença, em fim, transformando toda essa gama de malquerença em amor, fraternidade,
solidariedade.
Eu, sozinho, não posso levar a paz nos campos de guerra e de
extermínio, mas posso promover a paz na minha casa, no meu trabalho, no ambiente em
que vivo.
Posso ser agente de paz com a esposa com que vivo, com os amigos
com quem convivo, com a comunidade eclesial a que pertenço.
Posso sozinho,
ser um grande agente da paz e se muitas pessoas, por exemplo, um grupo de amigos,
se propuser e viver em paz e outro grupo, também o fizer e outro mais, com o passar
do tempo, toda uma comunidade viverá num clima de paz e tranqüilidade, como vislumbra
o profeta Isaias, segundo o texto supra referido.
Penso, ainda, que a paz é
fruto de Deus e com Deus se relaciona de joelhos, orando.
Como posso viver
em conflito com meu irmão sanguíneo ou não, se Deus que é meu Pai, também, é Pai de
meu irmão?
Se quisermos a paz, devemos buscar a Deus pela oração, de joelhos:
Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver discórdia que eu leve a paz. (Oração
atribuída a São Francisco de Assis).
Oração para pedir a PAZ:
Senhor!
Enche
de esperança o meu coração e de doçura os meus lábios.
Põe em meus olhos a
luz que acaricia e purifica e em minhas mãos o gesto que perdoa.
Dá-me valentia
para luta, compaixão para as injúrias, misericórdia para a ingratidão e a injustiça.
Livra-me
a inveja e da ambição mesquinha, do ódio e da vingança.
E que, Senhor, quando
eu voltar hoje para o calor de minha cama, possa, no mais intimo de meu ser, sentir
que estás presente. Dá-me, Senhor tua paz e que eu a leve a todos de meu relacionamento.
Amém.
Que
a paz de Deus, aquela paz que não pode o mundo dar, habite em seus corações.