Cidade do Vaticano, 31 dez (RV) - A passagem do dia 31 de dez para o dia 1º
de jan, que costumamos chamar tradicionalmente “réveillon” ou simplesmente “virada”
é cheia de eventos marcadamente superticiosos e mágicos, já que deverão ser realizados
no momento em que os ponteiros se encontram.
Contudo, para o homem de fé, a
passagem do ano é ocasião de se colocar diante do Senhor do Tempo e Senhor da Vida,
do Pai de onde provêm todo dom.
Será o momento de oração, de contemplação do
que verdadeiramente serão comemorados, ou seja, os dois anos, o que vai e o que chega.
Para 2009, nossa celebração de ação de graças; para 2010, a gratidão da esperança.
Além
do tempo que se esvai na ampulheta pessoal e do aumento da idade, podemos perceber
nosso amadurecimento, através de nossas reações frente aos acontecimentos e também
o que fizemos para crescer no serviço aos demais e a Deus. A passagem de ano, para
quem tem fé, é ocasião de avaliar o desenvolvimento de sua vida e qual tem sido, na
verdade, o seu tesouro. Se tudo for positivo ou pelo menos a maior parte, devemos
bendizer a Deus e glorificá-lo porque a graça d’Ele não foi estéril em nossa vida.
Devemos terminar a revisão do ano com Maria, entoando o Magnificat.
Mas se
tivermos a triste conclusão de que tudo foi vaidade, de que nada de sólido foi feito,
nada realmente foi vivido, de que tudo se esfumou como a bruma, nos resta ainda um
posicionamento de fé: pedir perdão a Deus pela riqueza dissipada, ser realmente contrito,
esperar na misericórdia divina e fazer um bom propósito de usar bem o que a prodigalidade
celeste oferecer. Uma coisa é certa, fomos criados no tempo, pelo amor de Deus,
para uma vida eterna, além do tempo. Bendito seja Deus!
Que possamos aproveitar
muito bem o tempo de nossa vida, para que ela seja plena do amor de Deus na eternidade!
Quanto maior o empenho de amar neste mundo, maior nossa plenificação, nossa saciedade
no outro, que é eterno!