Daca, 31 dez (RV) – Mais de 12 mil policiais e militares foram colocados à
disposição, em Bangladesh, para prevenir eventuais agressões por parte dos extremistas
islâmicos, protegendo igrejas e lugares de culto e favorecendo as celebrações do período
natalício.
"Os cristãos se sentem ameaçados e não podem rezar em paz – afirma
o arcebispo de Daca, Dom Paulinus Costa – enquanto os policiais fazem a guarda do
sagrado, os fiéis rezam com medo de novas agressões. Nós não temos inimigos – prossegue
o arcebispo – e não somos inimigos de ninguém".
Para o Dom Paulinus os muçulmanos
são irmãos. Ele pede aos cristãos que rezem por eles, especialmente no período de
Natal, que deve ser uma festa aberta a todos os povos.
"O clima de insegurança
– acrescenta – e a presença das forças de ordem no sagrado das igrejas, não nos permite
partilhar com outros a alegria do Natal, que é, portanto, limitada somente aos cristãos".
Em Bangladesh o percentual de muçulmanos supera 85% enquanto os cristãos são
uma pequena minoria, menos de 0,7%. A presença no país de mais de 64 mil escolas corânicas
e aproximadamente 100 partidos islâmicos, faz com que os cristãos – como indica a
agência AsiaNews – se tornem um fácil alvo dos extremistas. A violência contra as
minorias religiosas em geral tem como alvo famílias ou povoados a estas pertencentes.
Por medo de vingança, na maior parte do caso os atentados não são denunciados. A polícia
raramente intervém em favor das minorias e deixa muitas vezes impunes os agressores.
Embora com medo, em diversas paróquias da arquidiocese, a população doou mais de 50
mil euros para os pobres muçulmanos e de outras religiões. (RD)