2009-12-30 19:07:28

VISITA DO PAPA À SINAGOGA DE ROMA É ETAPA FUNDAMENTAL DO DIÁLOGO, DIZ RABINO DI SEGNI


Cidade do Vaticano, 30 dez (RV) - Prosseguem os preparativos para a visita do papa à Sinagoga de Roma, dia 17 de janeiro próximo, por ocasião do Dia para o diálogo judeu-cristão. Trata-se da terceira Sinagoga que será visitada por Bento XVI após a de Colônia, na Alemanha, em 2005; e a de Park East, em Nova Iorque, EUA, em 2008.

Imediatamente após a sua eleição à Cátedra de Pedro, Bento XVI manifestara com uma mensagem ao rabino chefe de Roma, Ricardo Di Segni, a sua vontade de confiar "na ajuda do Altíssimo para continuar o diálogo e reforçar a colaboração com os filhos e as filhas do povo judeu".

O evento se realizará à distância de quase 24 anos da histórica visita de João Paulo II à Sinagoga de Roma, ocorrida no dia 13 de abril de 1986. Mas com qual espírito a comunidade judaica de Roma aguarda essa visita? Foi o que a Rádio Vaticano perguntou ao rabino chefe Ricardo Di Segni. Eis o que disse:

Ricardo Di Segni:- "Com a consciência de que se trata de um evento importante, de uma etapa fundamental no diálogo, e com uma grande expectativa por tudo que ela poderá significar em termos de perspectivas do clima geral."

P. O que a visita de João Paulo II em 13 de abril de 1986 representou para as relações entre judeus e católicos?

Ricardo Di Segni:- "Representou essencialmente a queda de um muro de desconfiança: ao longo dos anos tivemos justamente a sensação palpável disso."

P. Portanto, de certo modo pode-se ler essa visita em continuidade com a de João Paulo II?

Ricardo Di Segni:- "Diria que sim. Em primeiro lugar, é um gesto de continuidade."

P. A visita do papa à Sinagoga romana coincidirá com a celebração do Mo'ed de chumbo. Que significado o senhor dá a essa coincidência?

Ricardo Di Segni:- "Seria necessário explicar de que se trata: houve um assalto ao gueto em 1793 por parte daqueles que viam na comunidade judaica a defensora dos direitos promovidos pela Revolução francesa. Claramente a comunidade judaica não suportava mais encontrar-se confinada no gueto sob uma política restritiva das liberdades e, portanto, tinha simpatia pela Revolução. Houve então esse assalto ao gueto. Chama-se de chumbo porque o céu fechou assumindo uma tonalidade plúmbea e começou a chover torrencialmente de modo que apagou o incêndio que havia sido ateado à Sinagoga e apagou também os ânimos dos revoltosos. Qual o seu significado? Claramente estamos numa fase historicamente completamente diferente, em que acabou o gueto com as repressões à liberdade e hoje devemos voltar a nossa atenção para a relação entre judaísmo e cristianismo de modo completamente diferente." (RL)







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