Poznan, 29 dez (RV) - Sob o desafio de aprofundar a confiança em Deus e desenvolver
atitudes de partilha, 30 mil jovens participam a partir de hoje do 32º encontro da
comunidade de Taizé, em Poznan, na Polônia.
Ao longo de cinco dias, a reflexão
vai se concentrar na “Carta da China”, documento que deve inspirar a criação de um
futuro de paz além dos muros que muitas vezes nos separam.
Jovens, irmãos da
comunidade e a população local terão a oportunidade de rezar juntos, meditar através
de cânticos e refletir sobre cerca de 20 temas que vão desde a Bíblia à arte polonesa,
passando por questões sociais.
A Polônia está recebendo o encontro pela quarta
vez, nesta edição que coincide com a celebração dos 20 anos da abertura das fronteiras
do Leste.
A programação é intensa: durante a manhã, os jovens se reunirão em
150 paróquias das dioceses de Poznan e de Gniezno. À tarde, vão se encontrar no Parque
de Exposições da cidade para as refeições, para as orações comunitárias e workshops
sobre questões relacionadas com a sociedade e a vida interior. Os jovens são convidados
a debater questões como “Hoje, na Europa e em todos os continentes, refletimos suficientemente
sobre o sentido de liberdade?”.
Todos os dias haverá meditações conduzidas
pelo Irmão Alois, autor da “Carta da China” e sucessor de Irmão Roger, que fundou
a comunidade.
Na “Carta”, traduzida em mais de 50 línguas e entregue aos jovens
em sua chegada à Polônia, o prior da comunidade defende que “em cada ser humano há
uma espera”. “Quanto mais procuramos Deus, mais podemos fazer esta surpreendente descoberta:
é ele que nos procura em primeiro lugar” - explica.
A carta foi escrita depois
de uma viagem de três semanas à China continental, que será abordada em Poznan. Taizé
mantém relações com os cristãos da China há mais de vinte anos. Em sinal de amizade,
este ano, a comunidade mandou imprimir um milhão de Bíblias em chinês, que estão sendo
distribuídas por todo o país.
Em meados deste mês, Bento XVI enviou uma mensagem
aos participantes do encontro: “O papa confia em vocês para ir ao encontro dos homens
e mulheres que perderam o sentido de Deus, que o procuram tateando, às vezes sem perceber”
– escreve.
Muitos líderes cristãos enviaram mensagens de encorajamento: “Não
tenham medo – exorta o Patriarca ortodoxo ecumênico, Bartolomeu I – sejam testemunhas
de Cristo nascido e ressuscitado, do Deus que entrou na história, do Deus da criação,
sobretudo nesta era em que imperam consumismo e crise de valores e de identidade”.
“Nossa vocação como cristãos é desvelar ao mundo a verdade de nosso destino
humano” – escreve o arcebispo de Cantuária, Dr. Rowan Williams, primaz da Igreja Anglicana.
Também o Secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, uniu-se à iniciativa,
saudando “a ênfase que a Peregrinação deste ano coloca nas questões sociais, principalmente
sobre o sentido da liberdade”.
Por sua vez, o Presidente da Comissão Europeia,
Durão Barroso, lembra, em mensagem, que a cidade de Poznan e a Polônia, escolhidas
pela comunidade ecumênica como sede para o encontro deste ano, evocam duas datas cruciais
para a nossa história: “O deflagrar da II Guerra Mundial, em agosto de 1939, e a queda
da cortina de ferro, no outono de 1989, que permitiu o retorno da democracia à Europa
central e abriu caminho à reunificação do continente”. (CM)