Cidade do Vaticano, 27 dez (RV) - A leitura do livro do Eclesiástico nos fala
uma novidade: o perdão dos pecados acontece por causa de uma atitude de amor para
com os pais. O lar voltou a ser o local do encontro com Deus e a atitude amorosa em
relação aos pais vai ser referendada por Jesus quando diz que o que ele deseja é a
misericórdia e não o sacrifício. Ora, isso é dito em relação a todos os relacionamentos.
Contudo, a misericórdia para com os pais está em referência ao próprio Deus
que é o Pai por excelência. Portanto, honrar os pais, respeitá-los, é prestar culto
a Deus. Jesus, no Evangelho, já está com doze anos. De acordo com o ritual judeu
é a época de realizar a cerimônia em que passa a ser declarado responsável diante
de Deus e das pessoas.
Assim sua ação revela de modo mais forte o programa
salvador do Pai. Maria e José não entendem muito as ações de Jesus, o que está acontecendo,
mas como bons discípulos vão assimilando o projeto sem colocar obstáculos.
A
segunda leitura retoma o tema da misericórdia nas relações familiares. Tanto a primeira
leitura quanto a segunda não escondem as falhas no relacionamento familiar e humano,
mas o importante aos olhos de Deus não está em ser sem defeitos, em ter uma família
perfeita, mas sim na capacidade de amar sem medidas, apesar dos limites e das falhas
pessoais. Claro que Deus deseja que sejamos perfeitos, mas mais importante para Ele
é que nos amemos e nos perdoemos com Ele nos amou e nos perdoou, sem limites, sem
restrições.
A festa de hoje nos leva a uma atitude de amor total, de misericórdia
em todos os nossos relacionamentos, especialmente na família, e de modo excepcional
para com os pais. (CAS)