Cidade do Vaticano, 24 dez (RV) - A 1ª leitura da noite de hoje deve ser refletida
à luz do nascimento, da morte e da ressurreição de Jesus, como devem ser relidos todos
os texto do Antigo Testamento. Mas vejamos Isaías: “O povo que andava nas trevas viu
uma grande luz, uma luz raiou para os que habitavam uma terra sombria como a morte.”
Situamo-nos diante de uma nova criação. Deus vai restaurar a justiça, pondo ordem
no caos. É a nova criação!
“Porque o jugo que pesava sobre eles, a canga posta
sobre seus ombros, o bastão do opressor, tu o despedaçaste como no dia de Madiã.”
Na nova sociedade não haverá opressão. Deus elimina os instrumentos que a possibilita.
Serão eliminados os instrumentos de opressão e o ressentimento, pois tudo aquilo
que causa opressão e a faz reviver no coração, tudo aquilo que faz perenizar a dor,
será eliminado.
“Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado..., e lhe
foi dado este nome: Conselheiro maravilhoso, Deus-forte, Pai-eterno, Príncipe-da-paz,”
A razão deste júbilo, desta esperança, está na chegada de um menino que é identificado
como gestor da nova sociedade na qual o pobre, o pequeno serão respeitados e a justiça
imperará.
No Evangelho, vemos a chegada desse menino já mudando os conceitos
desde seu nascimento. Ele nasce como migrante, em um estábulo, em meio a animais,
porque não havia lugar para acomodá-lo; seu berço não é o certamente preparado por
José, mas uma manjedoura, e suas visitas são pobres pastores. A história do nascimento
de Jesus é bem diferente do que costumamos ouvir quando se trata do nascimento de
príncipes e filhos de classes abastadas. Também é muito diferente do nascimento do
filho de classe pobre. Jesus nasceu durante uma viagem, fora da proteção de uma casa
e longe dos parentes.
A única diferença é que seu nascimento, como Salvador,
como o Messias, é anunciado por anjos, mas aos pastores e não aos poderosos. Mais
ainda, aos pastores é dada a missão de comunicá-la ao povo.
Ora, a grande novidade,
a notícia mais importante que o mundo poderia receber, vem diretamente de Deus e vai
aos desprestigiados, aos impuros, aos marginalizados, e são eles que deverão levá-la
aos demais.
A Carta a Tito nos fala da mudança de nossa vida por causa vinda
de Jesus. Peçamos ao Senhor, para nós e para as pessoas que amamos, uma mudança de
valores. Que deixemos aquilo que traduz a riqueza deste mundo, que é passageira e
caduca, e assumamos de vez as riquezas anunciadas pelo Menino de Belém, porque elas
nos satisfazem plenamente e para sempre. São eternas! Feliz Natal! (CAS)