Kinshasa, 23 dez (RV) - "A situação até agora está tranqüila. Queremos viver
um Natal de paz": foi o que disse o bispo de Isiro-Niangara, na República Democrática
do Congo (RDC), Dom Julien Andavo Mbia, em relação às ameaças dos rebeldes ugandenses
do Exército de Resistência do Senhor (LRA).
Dias atrás os insurgentes ameaçaram
fazer novamente um Natal de sangue naquela área como fizeram no ano passado, matando
de 24 de dezembro de 2008 a 17 de janeiro deste ano, 865 pessoas e sequestrando outras
160.
Num relatório publicado no último dia 21, a ONU acusa o LRA de crimes
contra a humanidade. Segundo o documento, em 10 meses, no leste da RDC e no Sul do
Sudão o grupo matou 1.300 civis, seqüestrou cerca de 1.400 pessoas, inclusive centenas
de mulheres e crianças, e obrigou a fugir mais de 300 mil pessoas. O relatório acusa
também o exército congolês de crimes contra os deslocados.
O documento pede
à comunidade internacional para que ajude a RDC a estabelecer um sistema de controle
a fim de melhorar a qualidade de suas forças de segurança e suas capacidades de proteger
os civis. Pede também à comunidade internacional para que coopere com o Tribunal Penal
Internacional (TPI) a fim de capturar os líderes do LRA acusados de crimes internacionais.
(MJ)