2009-12-22 18:26:36

TEÓLOGO BRUNO FORTE COMENTA DISCURSO DO PAPA À CÚRIA ROMANA


Cidade do Vaticano, 22 dez (RV) - "Devemos livrar-nos da ilusão de que somos inocentes", devemos fazer de modo que possamos "receber de Deus a coragem" da conversão e da renovação: é uma das passagens fortes do discurso do papa dirigido ontem, segunda-feira, à Cúria Romana para as felicitações natalinas.

Em seguida, o pontífice ressaltou a necessidade de cada um de nós de reconhecer a própria culpa e de fazer penitência. Portanto, um caminho de verdade e de amor indicado por Bento XVI.

Foi o que ressaltou o arcebispo de Chieti-Vasto – centro da Itália – o teólogo Dom Bruno Forte, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Dom Bruno Forte:- "O chamado a se tomar consciência da própria culpa é simplesmente a expressão dessa profunda exigência de verdade diante de Deus e diante dos outros, que é condição de autenticidade humana e de liberdade. Aí o papa se une ao que foi o grande ato de João Paulo II de pedido de perdão por ocasião do Jubileu do 2000 pelas culpas dos filhos da Igreja. Um pedido de perdão motivado mediante o texto "Memória e reconciliação" produzido pela Comissão teológica internacional quando o então Cardeal Ratzinger era o presidente dessa Comissão: pois bem, naquele texto se evocava o princípio evangélico "A verdade vos fará livres", para recordar a urgência de ser como Igreja e cada discípulo, sempre "verdadeiros": verdadeiros diante de Deus e diante dos outros porque é esta verdade – também no reconhecimento das nossas culpas, da nossa falibilidade – que nos torna mais humanos, mais autênticos, mais discípulos do Senhor Jesus."

P. O papa também relançou o diálogo com os distantes, exortou à criação de um espaço para os não-fiéis...

Dom Bruno Forte:- "Na realidade, no momento em que se faz um caminho de verdade o fiel descobre ser um ateu que todos os dias precisa começar a crer, isto é, a descobrir que se encontra numa exigência de contínua conversão. O não-fiel, que não é negligente, mas pensativo e inquieto, descobre precisar interrogar-se não simplesmente "etsi Deus non daretur" – como se Deus não existisse – mas também na hipótese "velut si Deus daretur", como se Deus existisse. Creio que nesse confim de verdade e de liberdade fiéis e não-fiéis precisam de espaços extraordinários de encontro e de diálogo, respeitoso do outro, como também aberto ao passo seguinte que a luz da verdade pode suscitar no coração de todos." (RL)







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