Natal - resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da verdadeira paz: Bento
XVI, por ocasião do Angelus
“O Natal não é uma fábula infantil. É a resposta de Deus ao drama da humanidade em
busca da verdadeira paz”. Na alocução do meio-dia, por ocasião do Angelus, na Praça
de São Pedro, com um sol radiante, não obstante o frio gélido, Bento XVI recordou
o anúncio do profeta Miqueias proposto pela liturgia deste quarto domingo do Advento.
A profecia refere Belém, a cidade de David, como a terra onde terá lugar um misterioso
nascimento ligado a um tempo de reconciliação e de paz entre os filhos de Israel.
“Existe
um projecto divino que compreende e expõe os tempos e lugares da vinda do filho de
Deus no mundo. É um projecto de paz, como anuncia ainda o profeta falando do Messias:
‘Levantar-se-á e apascentará com a força do Senhor, com a majestade do nome do Senhor
seu Deus… Ele próprio será a paz!”.
E o Papa prosseguiu detendo-se neste
“último aspecto da profecia – o que diz respeito à paz messiânica”, ligada ao simbolismo
de Belém.
“Belém é também uma cidade - símbolo da paz, na Terra Santa e no
mundo inteiro. Infelizmente, nos nossos dias, Belém não representa uma paz alcançada
e estável, mas uma paz arduamente procurada e aguardada”.
Em todo o caso,
Deus não se resigna a este estado de coisas:
“Também este ano, em Belém e
no mundo inteiro, se renovará na Igreja o mistério do Natal, profecia de paz para
cada homem, que empenha os cristãos a inserir-se nos bloqueios, nos dramas, muitas
vezes desconhecidos e escondidos, e nos conflitos do contexto em que se vive, com
os sentimentos de Jesus, para se tornarem por toda a parte instrumentos e mensageiros
de paz, para levar amor onde há ódio, perdão onde há ofensa, alegria onde há tristeza
e verdade onde há erro, segundo as belas expressões de uma conhecida oração franciscana”.
“Hoje, como nos tempos de Jesus, o Natal não é uma fábula para meninos, mas
a resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da verdadeira paz. ‘Ele mesmo será
a paz!’ – diz o profeta referindo-se ao Messias. Toca a nós abrir, de par em par,
as portas, para O acolher”.