Cidade do Vaticano, 20 dez (RV) - Temos o hábito de trocar presentes por ocasião
do Natal ou apenas dar ou só receber, o fato é que o dom ou presente circula em nosso
ambiente. Vamos refletir sobre isso:
Jesus é o grande presente de Deus para
nós, aliás ele é o “Emanuel”, Deus Conosco, Deus Presente! Vemos aí a etimologia da
palavra presente, isto é, estar ao lado contemporaneamente.
Mas presente é
também um dom, um regalo, simbolizando que a pessoa não pode estar contemporaneamente,
mas enviou uma dádiva que o simbolizasse. No caso de Jesus, ele é o presente de
Deus para nós que revela o Pai em sua plenitude, no sentido de que é um dom e, ao
mesmo tempo, traduz a misericórdia de Deus.
Quando no Natal fazemos o "presente”
circular, estamos sinalizando que o Dom de Deus, o próprio Deus está presente em nosso
meio, nos é contemporâneo. Por isso não importa o valor econômico do agrado, mas importa,
acima de tudo, seu significado. Por outro lado, não podemos perverter o sentido do
“dom”, ao fazê-lo com intenção de suborno, de corromper quem irá recebê-lo e nem fazê-lo
com algo ofensivo. De fato isso seria a perversão do gesto.
Tratando-se de
um dom material, posso escolher algo de que alguém esteja precisando ou simplesmente
que lhe seja útil, ou apenas algo simbólico, mas que traduza fielmente minha intenção. Se
é algo imaterial, que traduza então a bondade e a generosidade de Deus e que de fato
me comprometa junto a Deus e à pessoa agraciada.
Falando em agraciada, agraciado,
somos todos agraciados por Deus. Recebemos o dom da vida, da fé, de uma família, da
saúde, da profissão, dos amigos, os dons da inteligência, da criatividade, enfim,
o dom que é o próprio Deus.
Que graça pedirei a Ele neste Natal? Certamente
a graça deque sinto mais precisar para ser feliz, que é a graça de estar em paz com
Ele, o Príncipe da Paz, de estar em paz com os meus irmãos, de estar em paz com minha
consciência. A paz do dever cumprido não por obrigação, mas por amor. A Paz de perdoar
seja quem for e por qualquer que tenha sido o motivo. A graça de sentir-me filho
e irmão.
Então mais uma vez será Natal, porque Deus se fez Presente em minha
vida e na dos meus circunstantes.
Mas, certamente, se sou cristão, devo assemelhar-me
ao Cristo e, como ele, ser um presente para meus irmãos. Isso significa que deverei
oferecer-me como dom, como presente de Deus para os outros, presente nos dois sentidos,
como regalo e como presença do Senhor.
O ato de escutar as pessoas, de ir ao
encontro delas, de acolhê-las como são, com seus defeitos e limitações, de gastar
com elas o tempo precioso que não volta, isso é ser presença de Deus na vida delas
e na de quem proporcionou a escuta, é torná-lo presente! (CAS)