A verdadeira Sapiência não é um conhecimento, é uma Pessoa, Jesus: Papa aos universitários,
em Vésperas de preparação do Natal
A verdadeira Sabedoria é Jesus: recordou Bento XVI aos universitários, na basílica
de São Pedro, quinta-feira à tarde, na celebração de Vésperas, em preparação do Natal.
A primeira forma de caridade intelectual – afirmou o Papa – é ajudar os outros a descobrirem
o verdadeiro rosto de Deus que é o Amor que se fez menino na gruta de Belém.
Bento
XVI recordou que “o paradoxo cristão consiste precisamente na identificação da Sapiência
divina, isto é, do Logos eterno, com o homem Jesus de Nazaré e a sua história”. Para
este paradoxo – prosseguiu – não há solução senão a palavra Amor, com A maiúscula:
“a profunda aspiração do homem à vida eterna tocou o coração de Deus, Logos, que não
se envergonhou de assumir a condição humana”. Sem a Sapiência, nada foi feito de
tudo o que existe:
“Caros amigos, um professor cristão, ou um jovem estudante
cristão, leva dentro de si o amor apaixonado por esta Sapiência! Lê tudo à sua luz.
Capta as suas marcas nas partículas elementares e nos versos dos poetas; nos códigos
jurídicos e nos acontecimentos da história; nas obras artísticas e nas expressões
matemáticas”.
Daqui uma interpeladora reflexão do Papa para o mundo académico:
“Quem é que se encontrava na Noite de Natal na Gruta de Belém a acolher e a adorar
a Sapiência, quando nasceu?” – interrogou Bento XVI. “Não eram os doutores da leis,
os sapientes. Ali estavam Maria, José, e depois os pastores: os ‘pequenos’ do Evangelho.
Isto não quer dizer que é inútil estudar. Excluem-no dois mil anos de cristianismo,
que nos apontam a atitude certa:
“Trata-se de estudar, aprofundar os conhecimentos,
mantendo um espírito de ‘pequenos’, um espírito humilde e simples, como o de Maria,
‘sede da Sabedoria’. Quantas vezes temos tido receio de nos aproximarmos da Gruta
de Belém, preocupados com que isso fosse obstáculo ao nosso espírito crítico, à nossa
‘modernidade”.
Na Gruta de Belém cada um pode descobrir a verdade sobre Deus
e sobre o homem – prosseguiu o Papa, que apontou aos estudante, como primeira forma
de “caridade intelectual”, o ajudar os outros a descobrirem o verdadeiro rosto de
Deus.