2009-12-17 15:12:14

Demitido do estado clerical o antigo arcebispo de Lusaka, Emanuel Milingo


A Santa Sé anunciou hoje a “demissão do estado clerical” do antigo arcebispo de Lusaka, Emmanuel Milingo, em razão dos “graves delitos” por este cometidos. Um comunicado oficial divulgado pela Sala de imprensa do Vaticano recorda a “persistente contumácia” de Milingo, que já em 2006 fora excomungado com os quatro sacerdotes casados que ordenara como bispos e que, nos últimos meses, voltou a proceder a ordenações episcopais.

As relações de Milingo com o Vaticano complicaram-se quando o arcebispo de Lusaca se casou em 2001 com uma sul-coreana que lhe foi apresentada em Nova Iorque pelo reverendo Sun Myung Moon. Criou também uma associação de padres casados. Além disso, Milingo foi acusado de praticar exorcismo e de promover credos indígenas africanos através de exorcismos em massa e cerimónias de curas sobrenaturais. Tinha sido Paulo VI a nomeá-lo arcebispo de Lusaka em 1969.
Emmanuel Milingo é acusado de “multiplicar intervenções nos meios de comunicação social, em aberta rebelião com as intervenções da Santa Sé, criando grave confusão e escândalo nos fiéis”. Milingo “não deu provas do esperado arrependimento, tendo em vista o regresso à plena comunhão com o Sumo Pontífice e com os membros do colégio episcopal”, “atentando novos delitos contra a unidade da santa Igreja”.

Segundo o cânone 292 do Código de Direito Canónico, a pena de demissão do estado clerical implica a perda dos direitos e deveres ligados ao mesmo, excepto a obrigação do celibato, e a proibição do ministério, a não ser em casos nos quais exista perigo de morte. A partir de agora, é “ilegítima” a participação dos fiéis em eventuais celebrações promovidas por Emmanuel Milingo.

A Nota da Santa Sé sublinha que “a demissão do estado clerical de um Bispo é um facto absolutamente excepcional, ao qual a Santa Sé se viu obrigada pela gravidade das consequências que derivam para a comunidade eclesial da sequência de ordenações episcopais sem mandato pontifício”, manifestando, ainda assim, “esperança” numa mudança de comportamento da parte de Milingo.
A Santa Sé recorda que há muitos anos se vinha seguindo “com particular sofrimento” a situação, lembrando as intervenções directas de Bento XVI e João Paulo II.








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