Jerusalém, 16 dez (RV) - Concluiu-se segunda-feira à noite em Jerusalém, cidade
símbolo para o diálogo entre religiões e culturas, o VII congresso internacional da
Federação Internacional dos Centros e Institutos de Bioética de Inspiração Personalista
(Fibip), depois de dois dias de trabalhos no Centro Pontifício Notre Dame. O encontro
foi organizado pela Cátedra de Bioetica e Direitos humanos da Unesco em colaboração
com a Faculdade de Bioetica do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, sede italiana
da Cátedra na Universidade Europeia de Roma.
Na segunda-feira, com o título
“Bioética, Direito e Religião, com finalidade da vida” peritos de fé judaica, cristã
e islâmica expuseram as diversas abordagens morais em relação às escolhas médicas
nas respectivas religiões. Uma mesa redonda que teve como tema central principalmente
a eutanásia e curas paliativas, transplante, proporcionalidade das curas, e disposições
sobre o fim da vida.
Entre os participantes encontravam-se médicos, teólogos,
juristas e peritos em bioética. Participou ainda o presidente emérito da Pontifícia
Academia para a Vida, Dom Elio Sgreccia, que sublinhou a dignidade inviolável do homem
criado à imagem de Deus, a ilicitude das intervenções dirigidas a impedir a concepção
e a interromper a vida concebida mas também de todas as formas de fecundação artificial
e extra-corpórea, reafirmando a tutela da vida até o seu fim natural.
Entre
os relatores presente também Padre Gonzalo Miranda, dos Legionários de Cristo, docente
da Faculdade de Bioética do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum de Roma, que sublinhou
o realismo da ética católica e a necessidade de aprofundar a reflexão sobre o significado
da vida, da morte e do sofrimento, tanto no diálogo intercultural quanto no ensinamento
da bioética aos médicos.
Dois dias vividos em um espírito de escuta, que promoveram
a pesquisa e o intercâmbio sobre temas fundamentais como o direito natural, a dignidade
do homem, as antropologias submetidas às escolhas médicas, encorajando o diálogo entre
as culturas e a tutela da sacralidade da vida, primeiro passo de um caminho em direção
da reconciliação e da compreensão recíproca. (SP)