Copenhague, 16 dez (RV) - Penúltimo dia da Conferência da ONU sobre Mudanças
Climáticas em Copenhague, na Dinamarca.
À espera da chegada dos líderes mundiais,
o debate se tornou mais moderado depois da ameaça dos países africanos de abandonarem
o evento.
O impasse foi provocado com a sugestão feita por alguns países,
inclusive Japão e Rússia, de abandonar o Protocolo de Kyoto, atualmente o único instrumento
legal vinculante que regula as mudanças climáticas.
A rede de agência de desenvolvimento
católica (CIDSE) e a Caritas Internacional divulgaram uma nota, em que afirmam "Abandonar
o Protocolo de Kyoto seria um retrocesso para todos os países, especialmente para
os mais pobres do mundo. Para estes, as negociações são uma questão de sobrevivência.
As comunidades mais vulneráveis do mundo precisam de um acordo climático equilibrado,
ambicioso e vinculante, e o Protocolo de Kyoto é elemento essencial para isso".
Ontem,
o ministro brasileiro do Meio Ambiente, Carlos Minc, concedeu uma coletiva de imprensa
em Copenhague, em que abordou o papel do país na redução da emissão de gases de efeito
estufa.
Ele afirmou que o Brasil não vai aceitar a rivalidade que estão querendo
criar entre os países emergentes e os mais pobres.
O ministro afirmou que o
Brasil já está investindo cerca R$350 milhões em apoio a outras regiões da América
Latina e da África para combater a desertificação, recursos hídricos de recuperação
de áreas degradadas e monitoramento.
Minc disse que uma possível divisão entre
os mais pobres e os emergentes facilita os países ricos a não cumprirem compromissos
assumidos.
Nas últimas horas, ganhou força a proposta de um fundo global para
o clima. O compromisso coletivo é visto por muitas delegações – Brasil inclusive –
como a saída possível do impasse sobre quem vai bancar a adaptação ao aquecimento
global e a redução dos gases-estufa. (BF)