REFLEXÃO SOBRE A LITURGIA DO III DOMINGO DO ADVENTO
Cidade do Vaticano, 13 dez (RV) - A primeira leitura, extraída de Sofonias,
é marcada pelo otimismo, pela alegria e pela esperança. O motivo está no centro do
texto onde se lê que o Senhor é rei de Israel. Após os desmandos de um governo tirano,
que levara o povo ao exílio e à ruína, Deus lidera e reorganiza com o pequeno resto,
uma nova sociedade.
O Senhor iniciou revogando a sentença de morte que havia
sobre o povo, permitiu a volta dos exilados, e o mais importante, Ele é o companheiro
que está junto ao povo, em seu meio, amando-o.
O Senhor é o verdadeiro líder,
defendendo o povo das ameaças externas e exercendo a justiça dentro da própria nação.
No
Evangelho, vemos a pregação de João Batista e o anúncio, feito por ele, de que o Messias
- aquele que iria fundar a nova sociedade - estava para chegar. João prepara essa
nova realidade. fazendo com que as pessoas se abram umas às outras, e à novidade que
está para chegar.
Essa abertura ao outro se inicia com a partilha de bens.
Não se trata de esmolas, mas de dar metade do que possui, de autêntica partilha. Também
é dito não cobiçar os pertences alheios, contentar-se com seus próprios bens e conservar
a justiça. O poder se chama serviço!
“A pá está em sua mão: limpará a sua eira
e recolherá o trigo em seu celeiro.” Isso significa que Jesus irá desmascarar a sociedade
cujo projeto é de morte. Ele traz a nova sociedade, baseada na justiça, na vida. Exatamente
porque é baseada na vida, a nova sociedade não caducará e será eterna. Nós a vivemos
já aqui, à medida em que nossas opções são de partilha, de praticar a justiça, mesmo
desagradando as estruturas deste mundo, com sua sociedade baseada em estruturas mortais,
injustas, anti evangélicas.
Na segunda leitura, São Paulo nos diz que o projeto
de Deus, essa nova sociedade, deverá ser o objetivo ao redor do qual a comunidade
sempre se reunirá. Para isso ele apela à alegria, ao equilíbrio, e não por último,
ao diálogo com Deus (que é oração) e com os irmãos. Com esses elementos não só preservaremos
essa nova sociedade, mas faremos sua propaganda, a tornaremos agradável aos olhos
daqueles que nos observam. Como está nossa vida pessoal, comunitária e de responsabilidade
pastoral? Transparecemos alegria, equilíbrio, discernimento? Dialogamos com Deus e
com os demais? (CAS)