Reconhecer as consequências humanitárias das minas antipessoais
(10/12/2009) Realizou-se a semana passada em Cartagena (Colômbia) a Conferência de
Revisão da Convenção de Ottawa sobre a proibição de uso, armazenagem e transferência
das minas antipessoais. Através do secretário de Estado, Card. Tarcisio Bertone,
Beno XVI enviou uma mensagem para reiterar a importância da erradicação das minas
terrestres. Na política, assim como na economia ou campo do desarmamento, é indispensável
colocar novamente a pessoa no centro das nossas preocupações, afirma o Santo Padre,
recordando que todas as vezes que os objectivos estão centrados são centralizados
noutras coisas, o preço para as pessoas e os povos foi exorbitante, e pagaram-no
com as suas vidas, o seu desenvolvimento e o futuro das suas famílias e comunidades.
"As vítimas e suas famílias estiveram no centro da nossa atenção e devem continuar
a estar, não somente para que recebam assistência, mas para que sejam consideradas
interlocutoras e artífices na obtenção conjunta dos objectivos da Convenção" – afirma
o Papa. A Santa Sé faz um apelo a todos os Estados para que reconheçam as deploráveis
consequências humanitárias das minas antipessoais e expressa a sua solidariedade para
com todas as vítimas, as suas famílias e os países atingidos. Cerca de 40 países,
entre os quais grandes potências militares como Estados Unidos, China, Rússia e Índia,
ainda não aderiram ao tratado. No final desta conferência, os 156 Estados parte
da Convenção assinaram a Declaração de Cartagena, na qual se comprometem a dar mais
apoio às vítimas, depois de dez anos centrados na desminagem.