2009-12-10 16:23:38

PAPA A EMBAIXADOR CUBANO: PROGRESSOS NA ILHA EM TEMA DE LIBERDADE RELIGIOSA


Cidade do Vaticano, 10 dez (RV) - O degelo com os EUA, a melhoria da liberdade religiosa, a crise econômica mundial que o embargo tornou mais aguda e que requer que seja enfrentada mediante "sólidas bases éticas" em favor da defesa dos direitos de todos: esses foram os elementos principais constatados por Bento XVI em sua avaliação sobre a situação de Cuba, no discurso ao novo embaixador da Ilha caribenha junto à Santa Sé, Eduardo Delgado Bermúdez. O papa recebeu o diplomata cubano esta manhã, no Vaticano, para a apresentação de suas credenciais.

Há quase doze anos, num contexto internacional muito diferente, os votos de João Paulo II ecoaram no Caribe e no mundo: "Que Cuba se abra com todas as suas maravilhosas possibilidades ao mundo, e o mundo se abra a Cuba".

Passada mais de uma década, Bento XVI pôde constatar que aqueles votos se transformaram num percurso em parte realizado – entre expectativas e dificuldades – pela Ilha e os seus habitantes.

O pontífice reconheceu que Cuba "adquiriu um papel decisivo, em particular no contexto econômico e político do Caribe e da América Latina".

Mas, em relação a 1998, são, sobretudo, as aberturas registradas com os EUA a abrirem a possibilidade de uma história diferente do passado:

"Alguns sinais de um disgelo nas relações com os vizinhos EUA fazem esperar – disse o papa – novas oportunidades para uma postura reciprocamente vantajosa, no pleno respeito pela soberania e pelo direito dos Estados e de seus cidadãos."

O Santo Padre observou ainda que Cuba se destaca por sua colaboração com muitas nações "em setores vitais como a alfabetização e a saúde" e na promoção da cooperação e a solidariedade internacional".

Bento XVI ressaltou ainda que a Igreja cubana é uma instituição que "se sente muito próxima à população" e que "quer contribuir com a sua ajuda modesta e eficaz".

O "reforço da cooperação alcançada com as autoridades em seu país" – enfatizou o papa no discurso ao embaixador cubano – permitiu "a realização de grandes projetos e a assistência para a reconstrução, em particular durante as calamidades naturais". Nesse clima positivo, o papa auspiciou:

"Espero que continuem a multiplicar-se os sinais concretos de abertura para o exercício da liberdade religiosa, como foi feito nos últimos anos, como, por exemplo, a possibilidade de celebrar a missa em alguns cárceres, de realizar procissões religiosas, de prover à reforma e à restituição de alguns templos e à construção de algumas casas religiosas, ou a possibilidade de dispor de tutelas sociais para sacerdotes e religiosos. Assim, a comunidade católica pode exercer mais livremente a sua tarefa pastoral específica."

O Santo Padre concluiu fazendo votos de que o diálogo com as autoridades cubanas leve à definição de um quadro normativo para a "correta e jamais interrompida relação entre o Vaticano e Cuba", que garanta um adequado desenvolvimento da vida e da atividade pastoral da Igreja naquela nação:

"Nesse sentido, o serviço principal prestado pela Igreja cubana é o anúncio de Jesus Cristo e a sua mensagem de amor, de perdão e de reconciliação na verdade. Um povo que percorre esse caminho de harmonia é um povo que alimenta a esperança de um futuro melhor" – evidenciou Bento XVI. (RL)







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