ENCONTRO DE JOÃO PAULO II COM OS ARTISTAS NO ANO 2000
Cidade do Vaticano, 09 dez (RV) - Vamos continuar hoje, recordando o encontro
de João Paulo II com os artistas em 18 de fevereiro do ano 2000, ano em que foi celebrado
o Grande Jubileu. No Ano 2000 teve início o 3º Milênio do Nascimento de Jesus Cristo.
O
Papa Karol Wojtyla fez um discurso em 18 de fevereiro do ano 2000, na celebração do
jubileu dos artistas, após a celebração eucarística presidida pelo Cardeal Roger Etchegaray
na Basílica de São Pedro. Naquela ocasião, o Santo Padre disse aos artistas ali presentes
que a Basílica de São Pedro é um lugar de fé e arte, lugar que nos convida a contemplar
a glória divina.
João Paulo II citou ainda alguns trechos da carta que ele
escreveu aos artistas, em 1999, que este ano, está completando dez anos. Na carta
dedicada aos artistas o Papa Wojtyla disse: "na criação artística, mais do que em
qualquer outra atividade, o homem se revela como imagem de Deus, e realiza aquela
tarefa, em primeiro lugar plasmando a matéria admirável da sua humanidade e depois
exercendo um domínio criativo sobre o universo que o circunda. Com amorosa condescendência,
o Artista divino transmite uma centelha da sua sabedoria transcendente ao artista
humano, chamando-o a partilhar de seu poder criador. Quem tiver notado em si mesmo
a centelha divina que é a vocação artística, sente ao mesmo tempo a obrigação de não
desperdiçar este talento, mas de o desenvolver a fim de colocá-lo a serviço do próximo
e de toda a humanidade."
"Se a criação artística precisa de uma inspiração,
o caminho espiritual tem necessidade da graça, que é o dom com o qual Deus se comunica,
enchendo a nossa vida de amor, iluminando os nossos passos e tocando o nosso coração,
até que ele se torne templo de sua santidade" – disse João Paulo II - acrescentando:
"queridos artistas a celebração do Jubileu convida todos vocês a praticarem a "arte"
maravilhosa da santidade. Se ela parecer demasiado difícil, se confortem com a certeza
de que neste caminho não estamos sós: a graça nos ampara também através do acompanhamento
eclesial, com o qual a Igreja se torna mãe para cada um de nós, obtendo do Esposo
divino superabundância de misericórdia e de dons."
O papa disse ainda que "não
há dúvida de que o artista tem uma relação particular com a beleza e podemos dizer
que a beleza é a vocação a que o Criador o chamou com o dom do talento artístico.
Se formos capazes de discernir nas numerosas manifestações do belo um raio da beleza
suprema, então a arte se torna um caminho rumo a Deus, e estimula o artista a conjugar
o seu talento criativo com o compromisso de uma vida cada vez mais em sintonia com
a lei divina" – disse ainda João Paulo II.