2009-12-09 11:09:38

CASO IR. STANG: RÉU CONFESSO VAI A JÚRI POPULAR


Belém, 09 dez (RV) – O réu confesso pelo assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, Rayfran das Neves Sales, será novamente submetido a júri popular amanhã, 10, no Fórum Criminal de Belém. O julgamento atende a um pedido da defesa sobre a possibilidade de garantir ao réu a liberdade condicional, além da redução da pena a que Rayfran foi condenado (27 anos), considerando que ele se encontra preso há quatro anos, trabalha e estuda normalmente no presídio e apresenta bom comportamento.

Segundo o site da CNBB, a defesa vai aproveitar a oportunidade para embasar o pedido de redução da pena, manifestando oficialmente uma afirmação do réu de que não houve promessa de recompensa para matar a missionária, ao contrário do que ele disse nos dois julgamentos anteriores a que foi submetido. Conforme o Tribunal de Justiça do Pará, Rayfran afirmou à sua advogada, Marilda Cantal, que matou Dorothy Stang por se sentir ameaçado pelo trabalho de apoio da missionária a agricultores na região de Anapu e Altamira, em um projeto de assentamento sustentável.

Caso o júri acate as alegações da defesa, Rayfran das Neves será condenado por homicídio simples e não mais por homicídio qualificado, que prevê reclusão de 12 a 30 anos. No caso de homicídio simples, a reclusão será de, no máximo, 20 anos.

Se a nova versão de Rayfran das Neves for aceita pela Justiça do Pará, os fazendeiros Regivaldo Pereira Galvão e Vitalmiro Bastos de Moura também serão inocentados da acusação de serem os mandantes do crime. Ambos aguardam o julgamento em liberdade.

Identificados como o intermediário da ação e como o pistoleiro que acompanhou Rayfran no momento do crime, Amair Feijoli da Cunha e Clodoaldo Carlos Batista continuam presos para cumprir pena de 18 e 17 anos de reclusão, respectivamente.

O crime ocorreu no dia 12 de fevereiro de 2005. A freira tinha origem norte-americana, mas era naturalizada brasileira. Iniciou seu trabalho no Brasil na década de 60 no Maranhão, e na região do Pará, onde foi assassinada, viveu cerca de 20 anos. Dorothy Stang ficou conhecida pela ativa atuação pastoral e missionária, voltada para trabalhadores rurais e para a redução de conflitos fundiários. (BF)







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