Cidade do Vaticano, 08 dez (RV) - Deus fez o homem à sua imagem e semelhança
e quis torná-lo seu interlocutor, apesar de não precisar dele. Contudo o homem, não
se reconheceu criatura e se ensoberbou diante dele, querendo ser igual ao Criador.
Isso desestabilizou o próprio homem trazendo-lhe profundas frustrações e tornando
vazio o seu coração. Não aceitando ser criatura, rompeu, de sua parte, os laços afetivos
para com o Pai e para com os demais, sejam seres humanos ou quaisquer outras criaturas.
Mas
Deus, que é o Pai, nesse exato momento disse que as coisas não ficariam assim, que
Ele iria refazer sua criação e com isso já temos no Gênesis 3, 15 a promessa do Messias,
nascido de Mulher, no trecho chamado de Proto-evangelho, isto é, a primeira boa notícia.
Na
segunda leitura, extraída da Carta aos Efésios, São Paulo dá um passo avante no que
ouvimos durante a leitura do Gênesis. Deus nos dá, em Jesus Cristo, um salto qualitativo,
pois nele somos adotados como seus filhos. Deus não volta atrás. Ele nos criou para
sermos seus filhos, para dialogarmos sempre com Ele. Mesmo com o pecado, Sua força
é maior, seu projeto é para sempre, sua misericórdia é eterna!
No Evangelho,
o Sim de Maria à proposta de Deus, dá à Humanidade a riqueza do amor de predileção.
Esse amor se torna pleno. Maria é a nova criatura, aquela que não rivaliza com Deus,
mas se coloca como a humilde serva, a colaboradora, a que se sentiu profundamente
amada e por isso que colaborar, não como retribuição, mas como gesto natural, conseqüência.
Imaculada
Conceição, concebida livremente, sem a possibilidade de amarras, de limites, incondicionalmente.
Maria é a primícia da Igreja, o modelo do cristão, da Humanidade Redimida, concebida
desde o início no coração de Deus, nascida de seu lado aberto na cruz, banhada em
seu sangue.
Que nosso modo de ser transpareça nossa filiação divina, dentro
da escola de Maria! (CAS)