PE. ELLACURÍA, HOMEM DE COMPAIXÃO E DE MISERICÓRDIA
Cidade do Vaticano, 05 dez (RV) – A Pontifícia Universidade Gregoriana, em
Roma, acolheu ontem a apresentação do livro "Inácio Ellacuría e os mártires de San
Salvador", para recordar os 20 anos da morte dos jesuítas na Universidade de San Salvador.
Para
o autor, Emanuele Maspoli, o testemunho do Pe. Ellacuría, "que para os cristãos se
tornou martírio, fala a todos e para todos os tempos, de maneira crítica e concreta,
de como se deveria reagir ao absurdo da história dos homens, à violência que frequentemente
ocupa a vida de inúmeros seres humanos".
O livro, com prefácio de Jon Sobrino,
entra na vida e no coração do testemunho de Pe. Ellacuría e de seus companheiros e
colaboradoras assassinados. E o faz por meio da imersão na realidade histórica de
El Salvador, com especial atenção ao papel da Igreja e dos movimentos cristãos. O
volume se concentra nos núcleos centrais do pensamento intelectual do jesuíta, no
seu papel de teólogo, professor e reitor da universidade privada mais importante do
país.
A realidade histórica, aliás, esteve no centro das palavras de um dos
conferencistas, Padre Joseph Joblin, docente da Gregoriana, que analisou o contexto
em que se deu o atentado a partir da colonização do continente..
A seguir,
tomou a palavra o Pe. Gabriel Ignacio Rodríguez, assistente do Prepósito-geral da
Companhia de Jesus para a América Latina Setentrional. Ele citou figuras que marcaram
aqueles anos, entre os quais Dom Helder Câmara e Dom Pedro Casaldáliga para falar
da formação do Pe. Ellacuría. Depois falou dele como teólogo, filósofo, professor
e, sobretudo, como jesuíta, que utilizou sua inteligência surpreendente e criativa
para se colocar a serviço, com compaixão e misericórdia, do povo mais humilde. Quem
recorda o aspecto humano de Pe. Ellacuría é o reitor do Colégio Pio Brasileiro, Pe.
João Roque Rohr, que o conheceu pessoalmente: (BF)