ENCONTRO DE JOÃO PAULO II COM OS ARTISTAS NO ANO 2000
Cidade do Vaticano, 02 dez (RV) - Na semana passada recordamos em nosso espaço
dedicado à memória histórica, o encontro de Paulo VI com os artistas em 7 de maio
de 1964, na Capela Sistina.
Hoje vamos recordar o encontro de João Paulo II
com os artistas em 18 de fevereiro do ano 2000, ano em que foi celebrado o Grande
Jubileu. No Ano 2000 teve início o 3º Milênio do Nascimento de Jesus Cristo.
Mas
o que significa jubileu?
Jubileu significa Júbilo, alegria. Não é apenas júbilo
interior, mas alegria que se manifesta exteriormente. Em hebraico Jubileu significa
"Toque da trombeta de Deus", convocando para uma grande celebração festiva.
Voltando
a João Paulo II, ele fez um discurso em 18 de fevereiro do ano 2000, na celebração
do jubileu dos artistas, após a celebração eucarística presidida pelo Cardeal Roger
Etchegaray na Basílica de São Pedro. Naquela ocasião o Papa Karol Wojtyla disse aos
artistas ali presentes que a Basílica de São Pedro é um lugar de fé e arte, lugar
que nos convida a contemplar a glória divina.
João Paulo II disse ainda que
se sentia feliz em renovar seus sentimentos de estima, manifestados na carta por ele
escrita aos artistas, em 1999, que aliás este ano, está completando dez anos, e acrescentou:
"chegou o momento de restabelecer aquela profunda aliança entre Igreja e arte, que
marcou profundamente o caminho do cristianismo ao longo destes dois milênios. Vocês
vieram aqui para celebrar o Jubileu. Qual é o seu significado a não ser fixar o olhar
no rosto de Cristo, para d'Ele receber misericórdia e deixar-se penetrar por sua luz?
O Jubileu é Cristo! Ele é a nossa salvação e a nossa alegria, o nosso cântico e esperança.
Quem entra nesta Basílica através da Porta Santa, o encontra em primeiro lugar olhando
a Pietà di Michelangelo."
A Pietà é obra de Michelangelo Buonarroti, pintor,
escultor, poeta e arquiteto renascentista italiano, esculpida em 1499. Ela retrata
a Virgem Maria amparando o corpo de Cristo após a crucificação.
João Paulo
II disse aos artistas que o corpo martirizado de Cristo é fonte de vida e que Maria
entrega seu Filho a cada um de nós como semente da ressurreição, e acrescentou:"o
Jubileu pede que acolhamos esta graça da ressurreição de forma que ela atinja todos
os aspectos da nossa vida, curando-a não só do pecado, mas também de todos os vestígios
que ele deixa em nós, até depois de nos termos reconciliado com Deus. Num certo sentido,
trata-se de "esculpir" a pedra do nosso coração, a fim de evidenciar os traços de
Cristo, novo Homem. O Artista que pode fazer isto em profundidade é o Espírito Santo.
Contudo Ele exige a nossa adesão e docilidade. A conversão do coração é obra de arte
comum ao Espírito e à nossa liberdade. Vocês artistas, acostumados a modelar diferentes
matérias, sabem quanto se assemelha ao anseio artístico o esforço quotidiano de melhorar
a própria existência."