BENTO XVI: EXPERIÊNCIA DO SOFRIMENTO PODE TORNAR-SE ESCOLA DE ESPERANÇA
Cidade do Vaticano, 03 dez (RV) - "O sofrimento humano adquire sentido e plenitude
de luz no mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo": é o que escreve o papa
na Mensagem para o 18º Dia Mundial do Enfermo, que será celebrado em 11 de fevereiro
próximo, dia no qual a Igreja celebra a memória de Nossa Senhora de Lourdes.
No
documento, publicado esta manhã, Bento XVI recorda o 25º aniversário de instituição
do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde e exorta os cristãos a
viverem concretamente a parábola do Bom Samaritano.
O serviço pastoral no vasto
mundo da saúde é parte integrante da missão da Igreja – escreve Bento XVI – "porque
se inscreve no alvéolo da própria missão salvífica de Cristo".
Em seguida,
o pontífice faz votos de que o Dia Mundial do Enfermo "seja ocasião para um mais generoso
impulso apostólico a serviço dos enfermos e daqueles que cuidam deles".
Todo
cristão "é chamado a reviver, em contextos diferentes e sempre novos, a parábola do
Bom Samaritano" – lê-se na mensagem.
Também hoje, como no fim da parábola –
ressalta o Santo Padre – Jesus nos exorta "a inclinar-nos para curar as feridas do
corpo e do espírito de muitos nossos irmãos e irmãs que encontramos nos caminhos do
mundo".
O papa convida os fiéis "a compreenderem que, com a graça de Deus acolhida
e vivida em cada dia, a experiência da doença e do sofrimento pode tornar-se escola
de esperança".
Em seguida, fazendo recordar a encíclica "Spe salvi" (Salvos
pela esperança), ressalta que não é evitando o sofrimento, fugindo diante da dor,
que o homem sara, mas tendo a capacidade de aceitar a tribulação e nela, a capacidade
de amadurecer, de encontrar sentido mediante a união com Cristo.
A ação humanitária
e espiritual da Igreja em prol dos enfermos e dos sofredores – recorda o pontífice
– expressa-se em múltiplas formas e estruturas sanitárias também de caráter institucional.
Bento
XVI ressalta que a criação do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde
se insere justamente "em tal solicitude eclesial pelo mundo da saúde".
O papa
constata que no atual momento histórico-cultural "percebe-se também mais a urgência
de uma presença eclesial atenta e capilar junto aos enfermos". Percebe-se "a urgência
de uma presença na sociedade capaz de transmitir os valores evangélicos, de modo eficaz,
em favor da tutela da vida humana em todas as suas fases, da concepção até seu fim
natural".
No Ano Sacerdotal, o papa lembra os sacerdotes "ministros dos enfermos",
"sinal e instrumento da compaixão de Cristo, que deve alcançar todo homem marcado
pelo sofrimento".
Bento XVI reitera que "o tempo transcorrido junto a quem
se encontra na provação se revela fecundo de graças para todas as outras dimensões
da pastoral".
Por fim, o pontífice pede aos enfermos que rezem e ofereçam seus
sofrimentos em favor dos sacerdotes, "a fim de que possam manter-se fiéis à sua vocação
e o seu ministério seja rico de frutos espirituais, para o bem de toda a Igreja".
(RL)