Cidade do Vaticano, 02 dez (RV) – Esta quarta-feira, Bento XVI recebeu milhares
de peregrinos e turistas, na Praça S. Pedro, para a Audiência Geral. Em sua catequese,
o papa falou de Guilherme de Saint-Thierry, abade nascido em Lieja por volta do ano
1080.
Dotado de grande inteligência e de um amor inato pelo estudo, freqüentou
uma das escolas mais famosas de seu tempo, como a de sua cidade natal, Reims, na França.
Amigo
e biógrafo de São Bernardo de Claraval, Guilherme de Saint-Thierry, após ter sido
abade em um mosteiro beneditino, decidiu fazer-se cisterciense, dedicando-se à contemplação
orante dos mistérios de Deus e à composição de escritos de literatura espiritual.
Para o papa, podemos considerá-lo como o "Cantor do amor, da caridade", pois,
segundo ele, a força principal que move o espírito humano é o amor.
A natureza
humana, na sua mais profunda essência, é feita para amar, recordou Bento XVI. Porém,
o homem só consegue realizar este objetivo, sincera, autêntica e gratuitamente, aprendendo
na escola de Deus, que é Amor.
"A vocação do homem é tornar-se como Deus,
que o criou a sua imagem e semelhança. Por sua vez, o amor ilumina a inteligência
e permite conhecer melhor e de um modo mais profundo a Deus e, em Deus, as pessoas
e os acontecimentos. Assim, nós conhecemos realmente apenas as pessoas e as coisas
que amamos. A Deus, O conheceremos se O amarmos" - afirmou.
Após a catequese,
o papa recordou que hoje se celebram os 25 anos da promulgação da Exortação Apostólica
Reconciliatio et paenitentia, que chamou à atenção a importância do sacramento
da penitência na vida da Igreja.
Nesta significativa data, Bento XVI citou
algumas figuras extraordinárias de "apóstolos do confessionário", incansáveis dispensadores
da misericórdia divina: São João Maria Vianney, São José Cafasso, São Leopoldo Mandić,
São Pio da Pietrelcina.
"Que o testemunho de fé e de caridade encoraje vocês,
caros jovens, a fugirem do pecado e a projetarem seu futuro como um generoso serviço
a Deus e ao próximo. Que ajude vocês, queridos enfermos, a experimentarem no sofrimento
a misericórdia de Cristo crucificado. E peço a vocês, queridos noivos, a criarem na
família um clima constante de fé e de recíproca compreensão" – afirmou o pontífice.
Por fim, aos sacerdotes, especialmente neste Ano Sacerdotal, o papa faz votos
de que o exemplo desses santos, seja para eles e para todos os cristãos um convite
a confiar sempre na bondade de Deus, aproximando-se e celebrando com confiança o Sacramento
da Reconciliação. (BF)