Brasília, 1º dez (RV) - Nesta terça-feira, 1º de dezembro, o mundo inteiro
celebra o Dia Mundial de Luta contra a AIDS. A data foi instituída pela Organização
das Nações Unidas, a fim de torná-lo um dia de batalha contra a doença, visando mobilizar
a opinião pública sobre sua gravidade e amenizar o preconceito sofrido pelos portadores
do HIV.
No Brasil, a data foi estabelecida desde 1988, para alertar a população
sobre as formas de transmissão da doença.
"É um dia que tem um caráter mais
político, onde os agentes em suas dioceses, paróquias e junto às ONGs refletem, protestam
e reivindicam" – comentou o assessor nacional da Pastoral DST/Aids, Frei Luis Carlos
Lunardi.
Ele destacou que o Dia é apelativo e pretende cumprir os acordos firmados
para proteger os direitos humanos através da Declaração de Compromisso, assinado em
2001 para o enfrentamento da epidemia.
Em entrevista ao site da CNBB, Fr.
Lunardi comentou o relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas HIV/Aids (UNAIDS),
divulgado semana passada, que mostra que, entre 2000 e 2008, o número total de pessoas
no mundo vivendo com o vírus da AIDS cresceu 20%, mas o número de novas infecções
caiu 17% no mesmo período.
As estimativas indicam que 33,4 milhões de pessoas
vivam com o HIV. Do total de infectados, 31,1 milhões são adultos, sendo que as mulheres
representam mais da metade (15,7 milhões) dos soropositivos.
De acordo com
o assessor nacional da Pastoral DST/Aids, os dados são animadores e preocupantes.
"O dado animador é que a epidemia, em geral, está se estabilizando e que os medicamentos
disponíveis conseguem controlar o vírus, dar qualidade de vida e evitar óbitos. Os
dados preocupantes são o alto índice da infecção entre mulheres e gestantes, homens
e jovens" – analisou.
Frei Lunardi lembra também a falta de medicamentos para
os soropositivos, que, segundo ele, causam um triste impacto no mundo: "Mais de 5
milhões de pessoas precisam de tratamento e não o têm. Qual o fator real que impede
que se possibilite tratamento para todos os que necessitam? Muitos governos não assumem
sua responsabilidade de saúde pública, nem respeitam o direito de toda pessoa ao tratamento
e não fazem os investimentos necessários. Por outro lado, a ganância da indústria
farmacêutica com lucros abusivos impede que todos tenham acesso aos medicamentos".
(BF)