ONU: PASTORAL CARCERÁRIA EM PROL DAS MULHERES RECLUSAS
Bangcoc, 30 nov (RV) - A Pastoral Carcerária do Brasil participou na semana
passada, em Bangcoc, na Tailândia, da reunião das Nações Unidas sobre mulheres reclusas.
Da
Pastoral Carcerária Nacional participou a vice-coordenadora, Heidi Ann Cerneka, representando
a Comissão Internacional de Pastoral Carcerária.
O resultado do encontro será
apresentado no XII Congresso da ONU para Prevenção ao Crime, que se realizará no próximo
ano em abril no Brasil, em Salvador. Também será encaminhada para a Comissão da ONU
para Prevenção ao Crime e Justiça Criminal e será submetida à 65ª Assembléia Geral
das Nações Unidas em 2010.
A Proposta responde a uma antiga demanda daqueles
que estão envolvidos com a realidade da mulher presa, já que o número de mulheres
criminalizadas e presas tem crescido em progressão geométrica, mas os Estados não
têm respondido satisfatoriamente a esta realidade e mesmo a ONU nunca elaborou regras
próprias para o tratamento da mulher reclusa.
A detenção de uma mulher demanda
cuidados especiais, sobretudo relacionados à saúde, como por exemplo, gravidez e amamentação,
e as conseqüências sobre os filhos.
As regras conferem maior ênfase para as
medidas não privativas de liberdade, especialmente para as mulheres com filhos dependentes
delas, buscando sempre as respostas mais apropriadas para a criança. Além disso, leva
em consideração a realidade das mulheres reclusas provenientes em sua maioria das
camadas mais empobrecidas e vulneráveis e que levam uma vida fragilizada, de violência,
de uso e abuso de drogas e com problemas de saúde mental.
A Pastoral Carcerária
levou uma série de recomendações com base em sua longa experiência na assistência
às mulheres encarceradas e na promoção de seus direitos. As recomendações versaram
principalmente sobre temas como liberdade e assistência religiosa, direitos das estrangeiras
presas, redução da superpopulação prisional, proximidade da família, higiene da mulher
e a criação de um mecanismo externo de controle das unidades prisionais femininas.
(BF)