Cidade do Vaticano, 29 nov (RV) - O Papa Bento XVI rezou ao meio-dia deste
domingo a oração mariana do Angelus com cerca de 40 mil fiéis e peregrinos reunidos
na Praça São Pedro. No breve discurso que antecedeu a oração o Santo Padre recordou
que “todo aquele que deseja a liberdade, a justiça, a paz pode erguer-se e levantar
a cabeça porque em Cristo a libertação está próxima, como lemos no Evangelho de hoje”.
O Papa em seguida destacou que “Jesus não diz respeito somente aos cristãos, ou somente
àqueles que crêem, mas a todos os homens, porque Ele, que é o centro da fé, é também
o fundamento da esperança. E da esperança todo ser humano tem constantemente necessidade”.
E acrescentou:
“Ele abraça todas as dimensões do tempo, porque morreu e
ressuscitou, é “o Vivente” e, enquanto compartilha a nossa precariedade humana, permanece
para sempre e nos oferece a estabilidade mesma de Deus. É “carne” como nós e é “rocha”
como Deus”. Momentos antes Bento XVI recordou que neste domingo iniciamos
um novo Ano Litúrgico, que se abre naturalmente com o Advento, tempo de preparação
para o Natal do Senhor. O Concílio Vaticano II, na Constituição sobre a liturgia,
afirma que a Igreja “no ciclo anual apresenta todo o mistério de Cristo, da encarnação
e Nascimento até a Ascensão, ao dia de Pentecostes e à espera da beata esperança e
do retorno do Senhor. O Concílio insiste no fato que o centro da liturgia é Cristo,
como o sol ao redor do qual, como os planetas, giram a Bem-aventurada Virgem Maria
– a mais próxima – e depois os mártires e demais santos que “no céu cantam louvores
a Deus e intercedem por nós”.
Esta é a realidade do Ano litúrgico – disse o
papa – vista, por assim dizer, “por Deus”. Mas como vêem esta realidade o homem, a
história e a sociedade? Que relevância pode ter? e o próprio Santo Padre responde:
“A
resposta nos sugere o próprio caminho do Advento, que hoje iniciamos. O mundo contemporâneo
tem necessidade, sobretudo de esperança: têm necessidade os povos em vias de desenvolvimento,
mas também aqueles economicamente evoluídos. Cada vez mais percebemos que nos encontramos
em um único barco e devemos nos salvar todos juntos”. “Sobretudo – continuou
o papa – percebemos, vendo ruir tantas falsas seguranças, que temos necessidade de
uma esperança confiável, e essa esperança se encontra somente em Cristo, o qual, como
está escrito na Carta aos Hebreus, “é o mesmo ontem e hoje e para sempre”. “A Virgem
Maria – concluiu Bento XVI – encarna plenamente a humanidade que vive na esperança
fundada na fé no Deus “vivente”. Está bem enraizada no presente, no hoje da salvação.
Coloquemo-nos na sua escola para entrar verdadeiramente neste tempo de graça e acolher
com alegria e responsabilidade, a vinda de Deus na nossa história pessoal e social”.
Em
seguida o Papa rezou a oração mariana do Angelus e concedeu a todos a sua Benção Apostólica.
Antes
de se despedir dos fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro o papa recordou
que no próximo dia 1º de dezembro celebra-se o Dia Mundial contra a AIDS.
“O
meu pensamento e a minha oração - disse Bento XVI - vão a cada pessoa atingida por
essa doença, em particular às crianças, aos mais pobres, a todos que são rejeitados.
A Igreja não cessa de trabalhar para combater a AIDS, através de suas instituições
e de seu pessoal que se dedica a esse trabalho. Exorto todos a darem a sua contribuição
com a oração e de modo concreto, a fim de que todos aqueles atingidos pelo vírus HIV
experimentem a presença do Senhor que doa conforto e esperança. Faço votos enfim de
que se multipliquem os esforços, e se consiga deter e debelar essa doença.” Falando
ainda em italiano o papa saudou os participantes de uma marcha promovida pelo Movimento
do amor Familiar – que se realizou nesta manhã em Roma – para manifestar profundo
amor ao Crucifixo, reconhecendo o seu valor religioso, histórico e cultural. (SP)