2009-11-27 10:23:52

IGREJA NA IRLANDA: DOR E JUSTIÇA


Dublin, 27 nov (RV) - O Ministério da Justiça da Irlanda publicou ontem o relatório sobre os abusos contra menores cometidos na arquidiocese de Dublin, entre 1975 e 2004.

Em coletiva de imprensa realizada após a publicação, na noite de ontem, o arcebispo da capital irlandesa, Dom Diarmuid Martin, declarou: "Nenhuma palavra de perdão jamais será suficiente; como arcebispo de Dublin, ofereço a cada vítima de abuso as minhas desculpas, a minha dor e a minha vergonha por aquilo que aconteceu".

"É difícil encontrar palavras para descrever como me sinto hoje" – acrescentou o arcebispo, que a seguir agradeceu à juíza Yvonne Murphy e à sua equipe "pelo trabalho diligente e profissional conduzido para realizar este relatório".

O documento descreve detalhadamente alguns dos mais terríveis abusos cometidos durante décadas na arquidiocese. À pergunta sobre como é possível que os bispos e outros responsáveis pela Igreja tenham demorado tanto tempo para tomar alguma atitude, Dom Martim assim responde à Rádio Vaticano:

Dom Martin:- "Certamente é um pergunta que você faz a si mesmo; é muito difícil colocar-se no lugar de outra pessoa, e uma das coisas mais tristes é que os pais e as vítimas que denunciaram não tinham qualquer dúvida a respeito da gravidade dos fatos. E a maior parte deles se apresentou principalmente para dizer: 'Não queremos que isso aconteça com outra pessoa'. E por um motivo ou por outro, os líderes da Igreja pareciam que não tivessem a mesma percepção de quanto tudo aquilo fosse desastroso para as crianças!"

P. Como essa história prejudicou a imagem da Igreja em Dublin? 
Dom Martin:- "Houve realmente uma crise de confiança por parte de muitos pais. Não se pode pensar que a confiança possa ser reconstruída de um dia para outro: é preciso justamente reconstruí-la, demonstrar que atitudes foram tomadas, expressar não somente desapontamento e desculpas, mas também, em muitos casos, vergonha por aquilo que aconteceu. Pelo que sei, os pais pretendem que as severas medidas de tutela sejam aplicadas, e sem qualquer exceção!"
(BF)







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