Manila, 26 nov (RV) - O principal suspeito de ter planejado e executado o massacre
de pelo menos 57 pessoas no sul das Filipinas se rendeu à polícia nesta quinta-feira.
Andal
Ampatuan, filho do governador de mesmo nome, se rendeu ao assessor presidencial, Jesús
Dureza, horas depois de serem detidos pelo menos 20 de seus pistoleiros ligados ao
massacre.
Segundo o Exército e pessoas ligadas às vítimas, Ampatuan organizou
a chacina para impedir a candidatura de Mangundadatu nas eleições do próximo ano.
Entre os 12 jornalistas assinados em Maguindanao, há também uma jornalista
católica, voluntária de uma rádio diocesana.
Trata-se de Neneng Montano,
uma jovem repórter que colaborava com a emissora DXCP – que é membro da Rede de Comunicação
Católica. O diretor da emissora, Pe. Angel Buenavides, declarou que a comunidade local
está triste e chocada com o evento.
Segundo a União Nacional dos Jornalistas
das Filipinas, com a morte dos 12 jornalistas em Maguindanao, o país viveu "o pior
dia na história da nação". Nos últimos 20 anos, mais de 60 jornalistas foram assassinados
nas Filipinas.
A Conferência dos Bispos e dos Ulemás divulgou uma nota em
que define o massacre como um "abominável pecado".
O arcebispo de Cotabato
(Mindanao), Dom Orlando Quevedo, pediu o fim da "cultura da impunidade" que, segundo
ele, está na origem dos fatos.
A presidente Gloria Arroyo decretou estado
de emergência após a chacina, o que afeta a Província de Maguindanao e atinge cerca
de 1 milhão e 540 mil de pessoas. (BF)