Hanói, 24 nov (RV) - Foi aberto nesta terça-feira, com uma celebração eucarística
em So Kien, na Arquidiocese de Hanói, o Ano Jubilar da Igreja vietnamita. O evento
celebra os 350 anos dos Vicariatos apostólicos de Tonchino e da Cochinchina, e os
50 anos do estabelecimento da hierarquia eclesiástica no país.
A abertura do
Ano Santo, proclamada pelo arcebispo de Thành-Phô Hô Chí Minh, Cardeal Jean-Baptiste
Pham Minh Mân, coincide com a memória dos Santos Mártires vietnamitas, hoje celebrada.
Na
audiência concedida aos bispos vietnamitas, no dia 27 de junho passado, Bento XVI
se deteve sobre a importância desse evento jubilar.
Trata-se de uma Igreja
mártir que olha com renovada esperança para o futuro.
O Ano Santo da Igreja
no Vietnã foi aberto com uma sugestiva procissão iluminada por milhares de velas carregadas
pelos fiéis e com uma solene santa missa com uma dezena de bispos e uma centena de
sacerdotes e religiosos. Um evento jubilar centralizado no tema: "A Igreja Católica
no Vietnã: mistério, comunhão e ministério".
Esta celebração – ressaltou Bento
XVI recebendo os bispos vietnamitas em junho passado – poderá permitir à Igreja "partilhar
com entusiasmo a alegria da fé com todos os vietnamitas".
Em tal ocasião –
acrescentara – o povo de Deus deve ser convidado a render graças pelo dom da fé em
Jesus Cristo:
"Este dom foi acolhido generosamente, vivido e testemunhado por
muitos mártires que quiseram proclamar a verdade e a universalidade da fé em Deus"
– foi a reflexão do pontífice.
Por isso, a Igreja no Vietnã celebra a abertura
do Ano Jubilar justamente no dia em que se recordam os 117 mártires vietnamitas canonizados
por João Paulo II em 1988. Mártires como o sacerdote André Dung-Lac e Pedro Thi, assassinados
em 1839, que preferiram morrer a renegar Cristo.
Mártires como Paulo Le Bao-Thin,
recordado por Bento XVI na encíclica Spe salvi como exemplo de homem que não
fugiu diante da dor, mas que, com a força da fé, transformou o sofrimento em esperança.
Diante
desses testemunhos heróicos, a Igreja no Vietnã pode encontrar a força para enfrentar
os desafios atuais – foi a sua exortação:
"A Igreja jamais pode eximir-se do
exercício da caridade", observou o Santo Padre acrescentando que, por outro lado,
"jamais existirá uma situação na qual não se terá necessidade da caridade de todo
cristão, porque o homem, para além da justiça, sempre precisará do amor".
Um
amor que fecunda. De fato, nos últimos cinco anos as vocações sacerdotais no Vietnã
aumentaram quase 50%. Um crescimento permitido pela suavização das restrições impostas
à Igreja pelo regime comunista.
Os bispos vietnamitas fazem votos de que o
Ano Santo seja uma ocasião de "arrependimento, renovação e reconciliação, de modo
que produza abundantes frutos às famílias, às comunidades e a toda a Igreja do Senhor
no Vietnã".
Segundo informa a agência missionária AsiaNews, também participaram
da abertura do Ano Jubilar os cardeais Roger Etchegaray, André Vingt-Trois e Bernard
Law. (RL)