Cidade do Vaticano, 20 nov (RV) - Ontem pela tarde o presidente do Pontifício
Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper, participou
do Colóquio promovido pela Pontifícia Universidade Gregoriana sobre a figura e a atividade
ecumênica do cardeal holandês Johannes Willebrands no centenário de seu nascimento.
Entre
os temas tratados em sua conferência, encontra-se a Constituição Apostólica Anglicanorum
Coetibus, que prevê a acolhida de anglicanos que desejam entrar na Igreja Católica.
O cardeal esclareceu que a iniciativa da Santa Sé não representa de modo algum um
novo estilo de ecumenismo. Ainda, afirmou que as conversações individuais ou em grupo
sobre este aspecto devem ser consideradas com "a máxima transparência, delicadeza
e recíproca estima de forma que não provoque tensões com nossos interlocutores ecumênicos".
Ao mesmo tempo, declarou que "o objetivo final do ecumenismo não pode deixar de ser
a plena comunhão de fé". Falando aos jornalistas presentes, o cardeal acrescentou:
"Creio
que precisamos distinguir entre diferenças que são contraditórias e diferenças complementares",
afirmou o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
"As diferenças complementares – ressaltou – podem existir na Igreja, porque Deus é
Mistério e não existe um 'sistema' para expressar aquilo que Deus diz. Então, podem
existir posições complementares, mas não contraditórias".
Também participou
do evento o arcebispo de Cantuária, Dr. Rowan Williams, que neste sábado pela manhã
será recebido por Bento XVI.
Durante o Colóquio realizado ontem, o primaz
da Comunhão Anglicana reforçou o frutuoso caminho feito após o Concílio Vaticano II.
"O cálice do ecumenismo ainda está pela metade" – disse, recordando os acordos entre
católicos e anglicanos como sinal de uma "forte convergência" na linha ecumênica traçada
por ambos.
Hoje à tarde, em Roma, o Cardeal Kasper e o Arcebispo Williams se
encontram para uma celebração ecumênica no Oratório do Caravita. (RD)