2009-11-16 19:02:56

UM CONVITE À ESPERANÇA: CARTA DO CARDEAL BERTONE AOS PRESBÍTEROS DA IGREJA NA CHINA


Cidade do Vaticano, 16 nov (RV) - O cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, enviou uma carta aos sacerdotes da Igreja Católica na República Popular da China. Na missiva – enviada no contexto do Ano Sacerdotal que estamos celebrando – o purpurado exorta os presbíteros chineses a prosseguirem no caminho da reconciliação dentro da comunidade católica, e do diálogo com as autoridades civis.

O Cardeal Bertone convida os sacerdotes do Gigante Asiático a seguirem o exemplo do Santo Cura d'Ars, que "soube dialogar com todos, porque foi homem de oração". Além disso, o cardeal detém-se sobre os frutos da carta do papa endereçada em maio de 2007 à Igreja chinesa.

"Ainda é tempo mais de semeadura do que de colheita", observa o Cardeal Bertone citando o Pe. Matteo Ricci para indicar a situação da Igreja na China, passados dois anos da publicação da referida carta do pontífice aos católicos chineses.

Ainda não "chegou o momento de fazer balanços definitivos" – ressalta o cardeal secretário de Estado. Todavia, "apesar das persistentes dificuldades, as informações que chegaram de diferentes partes da China indicam também sinais de esperança" – ressalta ele.

Em seguida, evocando a carta do papa de 27 de maio de 2007, o Cardeal Bertone convida os sacerdotes a trabalharem pela "reconciliação dentro da comunidade católica" e por "um diálogo respeitoso e construtivo com as autoridades civis, sem renunciar os princípios da fé católica".

Para enfrentar a atual situação eclesial e socioeconômica chinesa, "e para prosseguir no caminho da reconciliação e do diálogo, é urgente para cada um de vocês buscar luz e força nas fontes da espiritualidade", ou seja, "o amor de Deus" e "o incondicionado seguimento de Cristo", precisa o cardeal secretário de Estado, observando que talvez alguns deles tenham ficado surpreso com a carta do papa à Igreja na China.

Ao mesmo tempo, assegura aos sacerdotes que "a Santa Sé está a par da complexa e difícil situação" na qual se encontram.

Justamente "os novos desafios que o povo chinês deve enfrentar no início do Terceiro Milênio exigem que os sacerdotes se abram "ao futuro com confiança e continuem buscando viver integralmente a fé cristã" – observa.

O Cardeal Bertone convida os sacerdotes e os fiéis chineses a anunciarem Cristo mesmo sendo um pequeno rebanho que vive também ao lado de pessoas "que têm uma posição de indiferença, quando não de aversão a Deus e à religião".

O secretário de Estado vaticano sugere alguns modos práticos com os quais os sacerdotes podem dar a sua contribuição:

Visitar as famílias católicas e não-católicas nos vilarejos; aumentar os esforços para formar bons catequistas; mostrar a caridade desinteressada da Igreja e, ainda, organizar reuniões em que os católicos possam convidar seus parentes e amigos não-católicos a fim de que conheçam melhor a Igreja e a fé cristã.

Em seguida, indica na Eucaristia e na Palavra de Deus o binômio fundamental para um forte testemunho evangélico. Em particular, reitera que a Eucaristia é "sacramento da comunhão". Uma comunidade verdadeiramente eucarística – constata – não pode voltar-se somente sobre si mesma, como se fosse auto-suficiente, mas deve manter-se em comunhão com cada comunidade católica". De fato, toda celebração da Eucaristia postula a união "não somente com o próprio bispo, mas também com o papa" e com todo o Povo de Deus.

O Cardeal Bertone encoraja assim os sacerdotes chineses a seguirem as pegadas do Santo Cura d'Ars. São João Maria Vianney "soube dialogar com todos porque foi homem de oração: a arte do diálogo, em todos os níveis, se adquire no diálogo com Deus, numa oração contínua e sincera" – lê-se na missiva.

Em seguida, o cardeal dirige-se aos bispos chineses convidando-os a cuidarem da formação permanente do clero e a promoverem uma pastoral em favor das vocações sacerdotais. Convida-os também a criarem ocasiões de frequentes contatos pessoas com os sacerdotes.

Ademais, o Cardeal Bertone exorta os prelados a se prodigalizarem pela reconciliação espiritual dos corações, em particular mediante a utilização de instrumentos de comunhão e colaboração dentro da comunidade católica diocesana.

A carta conclui-se com os votos de que a vida dos sacerdotes chineses seja "cada vez mais conduzida por aqueles ideais de total doação a Cristo e à Igreja que inspiraram o pensamento e a ação do Santo Cura d'Ars". (RL)







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