2009-11-14 12:37:17

PORTUGAL: IGREJA ESTIMULA REFLEXÃO DE TEMAS CONTROVERSOS


Fátima, 14 nov (RV) - Nesta quinta-feira, em Fátima, Portugal, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Dom Jorge Ortiga, ao final da Assembléia Plenária deste órgão, admitiu em coletiva à imprensa que o debate sobre as propostas de legalização dos casamentos homossexuais no país pode ter como “expressão” um referendum, de forma que se evite o distanciamento entre a sociedade civil e o Poder Legislativo.

"Não basta ter um número no programa eleitoral, não basta que em campanha se tenha abordado a questão uma vez ou outra, parece-nos que é fundamental refletir e que os nossos órgãos saibam legislar, tendo presente aquilo que o povo pensa ou que o povo quer", disse.

Na coletiva conclusiva da assembléia plenária da CEP, o Arcebispo de Braga assegurou que a hierarquia católica não irá lançar qualquer iniciativa que vise uma consulta referendária, mas assegurou o seu apoio aos movimentos cívicos que, neste momento, o procuram fazer.

“Se o referendum surgir, as pessoas podem contar com o nosso apoio e a nossa orientação”, disse, apontando para o objetivo de “formar consciências”.

“Não podemos ficar apenas na sacristia, teremos de descobrir outros caminhos”, declarou.
Ao final da Assembléia plenária dos bispos portugueses publicou-se ainda a Nota Pastoral “Cuidar da vida até a morte”, uma “contribuição para a reflexão ética sobre o morrer”.

Dom Antonio Marto, vice-presidente da CEP, sublinhou a “importância da temática” e fala da Nota Pastoral como “uma contribuição para o debate”, procurando "esclarecer ambigüidades” no uso dos conceitos ligados com o final da vida.

O documento final da assembléia plenária destaca que se busca “uma visão cristã de um problema antropológico, não apenas confessional”. Afirma-se claramente ser inaceitável qualquer forma de eutanásia, ou seja, qualquer “ação ou omissão que, por sua natureza e nas suas intenções, provoca a morte”.

“A possível legitimação jurídica da eutanásia ou do suicídio assistido resultaria numa inevitável pressão sobre todas as pessoas cujo nível de saúde não correspondesse aos padrões comuns da sociedade, sentindo se como um peso ou estorvo indesejado”, alertam os bispos portugueses. (RD)







All the contents on this site are copyrighted ©.