2009-11-14 12:37:26

Nunca se cansar de fazer apelo à consciência : a exortação de Bento XVI a mais um grupo de bispos brasileiros. O Papa referia-se ao "delicadíssimo e decisivo âmbito" da bioética


(14/11/2009) A necessidade de formar e estimular a consciência de cada um e a responsabilidade moral que a todos toca nomeadamente nas questões de bioética foi sublinhada pelo Papa nas palavras que preparou para mais um grupo de Bispos Brasileiros (regional Sul 1A, que inclui São Paulo), recebidos no Vaticano, na conclusão da respectiva visita “ad limina Apostolorum”. Acolhendo-os com grande cordialidade, Bento XVI pronunciou uma saudação em português, apresentando o texto preparado, distribuído aos presentes.

O povo brasileiro – começou por observar o Papa - “abriga no coração um grande sentimento religioso e nobres tradições, enraizadas no cristianismo, que se exprimem em sentidas e genuínas manifestações religiosas e civis”.

“Trata-se – recordou - de um património rico de valores, que procurais manter, defender, estender, aprofundar, vivificar”. Bento XVI exortou os bispos brasileiros a prosseguirem “nesta obra de constante e metódica evangelização, cientes de que a formação autenticamente cristã da consciência é decisiva para uma profunda vida de fé e também para o amadurecimento social e o verdadeiro e equilibrado bem-estar da comunidade humana.”

Para o Papa, “uma vida social autêntica tem início na consciência de cada um”. É a consciência bem formada que leva a realizar o verdadeiro bem do homem. Especificando qual é este bem, “a Igreja ilumina o homem e, através de toda a vida cristã, procura educar a sua consciência. O ensinamento da Igreja, devido à sua origem – Deus –, ao seu conteúdo – a verdade – e ao seu ponto de apoio – a consciência –, encontra um eco profundo e persuasivo no coração de cada pessoa, crente e mesmo não crente”.

Neste contexto, Bento XVI encoraja os Bispos do Brasiel a “falar ao coração” do seu povo, despertando as consciências e congregando as vontades contra a crescente onda de violência e menosprezo do ser humano. “De dádiva de Deus que é, acolhida na intimidade amorosa do matrimónio entre o homem e a mulher, o ser humano passou a ser visto como mero produto humano”. Hoje em dia – advertiu – “um campo primário e crucial da luta cultural entre o absolutismo da técnica e a responsabilidade moral do homem é o da bioética, onde se joga radicalmente a própria possibilidade de um desenvolvimento humano integral”. “Trata-se de um âmbito delicadíssimo e decisivo, onde irrompe, com dramática intensidade, a questão fundamental de saber se o homem se produziu por si mesmo ou depende de Deus”.

E Bento XVI concluiu convidando os prelados brasileiros a não se cansarem de fazer apelo à consciência. “Não seríamos seguidores fiéis do nosso Divino Mestre, se não soubéssemos em todas as situações, mesmo nas mais árduas, levar a nossa esperança para além do que se pode esperar. Continuai a trabalhar pelo triunfo da causa de Deus, não com o ânimo triste de quem adverte só carências e perigos, mas com a firme confiança de quem sabe poder contar com a vitória de Cristo.”

Esta a saudação pronunciada pelo Papa em língua portuguesa. RealAudioMP3







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