BENTO XVI: PRESENÇA CRISTÃ NO MUNDO ACADÊMICO E NECESSIDADE DE VERDADEIROS MESTRES
Cidade do Vaticano, 12 nov (RV) - Bento XVI recebeu em audiência nesta quinta-feira,
na Sala Paulo VI, no Vaticano, estudantes, docentes e dirigentes da Livre Universidade
Maria Santíssima da Assunção (LUMSA) – cerca de 7 mil pessoas – por ocasião dos 70
anos de fundação da instituição acadêmica. Encontravam-se presentes, entre outros,
o presidente do senado, autoridades civis e militares.
No discurso que dirigiu
aos presentes, o papa recordou os fundadores da instituição criada em 1939 por iniciativa
da fundadora da União Santa Catarina de Sena das Missionárias da Escola, a serva de
Deus, Madre Luiza Tincani, e do prefeito da então Congregação dos Seminários e das
Universidades dos Estudos, Cardeal Giuseppe Pizzardo.
Bento XVI ressaltou que
a instituição acadêmica nasceu com a finalidade de promover uma adequada formação
universitária para as religiosas destinadas ao ensino nas escolas católicas e frisou
que a mesma iniciou as suas atividades no clima de compromisso educacional do mundo
católico suscitado pela encíclica de Pio XI Divini illius Magistri.
Após
ressaltar alguns dados históricos e algumas fases pelas quais passou a universidade,
o Santo Padre evidenciou que na medida em que progredia a situação cultural e legislativa
na Itália e na Europa, a LUMSA soube fazer um percurso de crescimento com uma dúplice
atenção: permanecer fiel à intuição originária de Madre Tincani e, ao mesmo tempo,
responder aos novos desafios da sociedade.
Referindo-se à situação atual, o
papa frisou que a profunda crise econômica, difundida no mundo inteiro, com as suas
causas subjacentes, "evidenciou a exigência de um investimento mais decisivo e corajoso
no campo do saber e da educação, como caminho para responder aos numerosos desafios
abertos e para preparar as jovens gerações a construírem um futuro melhor" – afirmou
o pontífice recordando, de certo modo, a sua última encíclica, Caritas in veritate
(cfr 30-31; 61).
Diante de profundas transformações em curso – observou
Bento XVI – é sempre mais urgente a necessidade de se recorrer aos valores fundamentais,
como patrimônio indispensável a ser transmitido às novas gerações. Portanto, é necessário
interrogar-se sobre tais valores. Nesse contexto, as questões de caráter ético se
apresentam de modo premente às instituições acadêmicas – ponderou.
Diante disso
– constatou o pontífice - um papel relevante é confiado às universidades católicas,
na fidelidade à sua identidade específica e no esforço de prestar um serviço qualificado
à Igreja e à sociedade.
Em seguida, Bento XVI ressaltou que "hoje, como no
passado, a universidade precisa de verdadeiros mestres, que transmitam, junto a conteúdos
e saberes científicos, um rigoroso método de pesquisa e valores, e motivações profundas.
"Imersos
numa sociedade fragmentada e relativista, vocês, caros estudantes – foi a sua exortação
– mantenham o coração e a mente sempre abertos à verdade. Dediquem-se a adquirir,
de modo profundo, os conhecimentos que concorrem para a formação integral de sua personalidade,
para afinar a capacidade de busca do verdadeiro e do bem durante toda a vida. Procurem
preparar-se profissionalmente para que se tornem construtores de uma sociedade mais
justa e solidária.
O papa concluiu agradecendo pelo agradável encontro e concedendo
a todos e a seus trabalhos a sua bênção apostólica. (RL)