Cidade do Vaticano, 11 nov (RV) – Com um artigo publicado na primeira página
do “L’Osservatore Romano”, os ministros do exterior da França, Bernard Kouchner, e
da Grã Bretanha, David Miliband, associam-se à Santa Sé no compromisso por um tratado
que limite o comércio de armas em nível global e se dizem disponíveis a uma ‘estreita
colaboração’ com o Vaticano.
“Uma das grandes tragédias dos nossos tempos
é a difusão incontrolada de armas. Muitas vezes elas provêm de mercados ilegais, e
algumas vezes, em violação dos embargos internacionais” – escrevem os dois ministros.
“É um imperativo moral enfrentar este problema, que é global e não estamos
conseguindo controlar. Um passo importante é a negociação de um acordo sobre o comércio
de armas em todo o mundo”.
“Desde 2006, Grã Bretanha e França cooperam juntas
para promover a idéia de um tratado deste gênero nas Nações Unidas: um acordo sobre
as armas uniria as peças do atual mosaico de sistemas nacionais e regionais que regulamentam
a exportação de armas. As lacunas nestes sistemas e sua pouca coesão levaram ao surgimento
dos mercados ilegais de armas”.
“Pela primeira vez, em julho deste ano, alguns
países concordaram formalmente que o comércio desregrado de armas estava causando
um problema global. No dia 30 de outubro, a grande maioria dos países votou a favor
da adoção de um cronograma; e os EUA o apoiarão: é a primeira vez que assumem uma
posição semelhante”.
“A Santa Sé – concluem Miliband e Kouchner – desempenhou
um papel vital ao contribuir para a criação de um consenso e foi uma das primeiras
signatárias. Agora, esperamos poder colaborar de perto com a Santa Sé neste novo tratado.
Não podemos perder esta oportunidade” – completam. (CM)