Roma, 11 nov (RV) – Alguns representantes de Justiça e Paz no Paquistão iniciaram
ontem em Roma uma campanha na Europa (França, Holanda, Bélgica, Alemanha) para sensibilizar
as Igrejas e a sociedade europeias sobre a chaga da blasfêmia e a opressão das minorias
no Paquistão, em particular a cristã.
Os cristãos do Paquistão são cerca de
4 milhões em meio a um total de 160 milhões de muçulmanos. Esta pequena minoria de
fiéis pede que seja cancelada da legislação do país a chamada lei da blasfêmia. Esta
lei, em vigor desde 1986, prevê a prisão e a pena de morte para todos aqueles que
ofendem o Alcorão ou Maomé.
Nestes 23 anos quase mil pessoas foram acusadas
desse crime e muitas delas foram mortas. Nos últimos anos, pelo menos 50 cristãos
foram torturados e eliminados por este crime e muitos vilarejos e igrejas cristãs
foram destruídas e queimadas.
O último episódio em ordem de tempo é o de Koriyan
e Gojra, onde milhares de muçulmanos atacaram casas de cristãos e igrejas por causa
de uma falsa acusação de blasfêmia e mataram 7 pessoas, entre as quais mulheres e
crianças queimadas vivas. Esses assassinatos ocorrem assim, sem processo, com uma
justiça sumária por parte de grupo de pessoas enraivecidas, instigadas pelos seus
imãs, ou por guarda carcerários, coniventes com o fanatismo. (SP)