IGREJA CELEBRA SÃO LEÃO MAGNO, PAPA E DOUTOR DA IGREJA
Cidade do Vaticano, 10 nov (RV) - A Igreja celebra, nesta terça-feira, São
Leão Magno, um dos maiores pontífices da história. Na audiência geral de 5 de março
de 2008, cuja catequese foi dedicada ao doutor da Igreja, Bento XVI ressaltou a contribuição
que o Papa Leão deu à autoridade do Bispo de Roma.
Promotor da paz, soube em
tempos difíceis fazer-se próximo aos fiéis com a ação pastoral e a pregação. Servidor
da Verdade na Caridade, "mediante um exercício assíduo da palavra, que o mostra ao
mesmo tempo teólogo e pastor": de fato, assim Bento XVI define São Leão Magno, Bispo
de Roma em tempos difíceis caracterizados pelo repetir-se de invasões dos bárbaros
e pelo progressivo enfraquecimento, no Ocidente, da autoridade imperial.
No
ano 452, em Mantova – norte da Itália – o Papa Leão foi ao encontro de Átila e somente
com a força do Evangelho o convenceu a não prosseguir a guerra de invasão. Com isso,
Roma foi poupada, sendo esse episódio "um sinal emblemático da ação de paz desempenhada
pelo pontífice".
No ano anterior deu-se outro evento memorável ligado a São
Leão Magno. O papa convocou o Concílio de Calcedônia, "a mais importante assembléia
até então celebrada na história da Igreja".
O encontro conciliar afirmou a
fé em Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, repelindo a heresia que negava
a verdadeira natureza humana do Filho de Deus – recordou Bento XVI:
"Sobretudo
nesse pronunciamento, e em outros realizados durante a controvérsia cristológica daqueles
anos, resulta com evidência como o papa percebeu com particular urgência as responsabilidade
do Sucessor de Pedro, cujo papel é único na Igreja, porque "a um só apóstolo é confiado
aquilo que a todos os apóstolos é comunicado", como afirma Leão num de seus sermões
para a festa dos Santos apóstolos Pedro e Paulo (...) Mostrava desse modo como o exercício
do primado romano era então necessário, como o é também hoje, para servir eficazmente
a comunhão, característica da única Igreja de Cristo."
Em seu longo pontificado,
que durou mais de vinte e um anos, o Papa Leão deixou-nos quase cem sermões e cento
e cinquenta cartas que mostram toda a sua grandeza. Ele foi o primeiro papa "cuja
pregação dirigida ao povo chegou até nós". Trata-se dos fiéis que se reuniam em torno
dele durante as celebrações – recordou Bento XVI.
Ademais, São Leão Magno "impulsionou
a caridade numa Roma provada pelas penúrias, pelo afluxo de refugiados, pelas injustiças
e pela pobreza".
Ao mesmo tempo, contrastou as superstições pagãs e uniu a
liturgia à vida cotidiana dos cristãos. Uma herança mais do que nunca atual – ressaltou
o papa:
"Em particular, Leão Magno ensinou a seus fiéis – e ainda hoje as suas
palavras valem também para nós – que a liturgia cristã não é a recordação de eventos
passados, mas a atualização de realidades invisíveis que agem na vida de cada um (...)
Ele foi um grande portador de paz e de amor. Mostra-nos assim o caminho: na fé aprendemos
a caridade. Portanto , aprendemos com São Leão Magno a acreditar em Cristo, verdadeiro
Deus e verdadeiro Homem, e a realizar essa fé a cada dia na ação pela paz e no amor
pelo próximo." (RL)