2009-11-09 13:16:56

VATICANO: COOPERAÇÃO GLOBAL E ENERGIAS RENOVÁVEIS PARA TODOS


Nova York, 09 nov (RV) - O observador permanente da Santa Sé na ONU, Arcebispo Celestino Migliore, proferiu um novo discurso na última terça-feira, em Nova York, ainda no contexto da 64ª sessão da Assembleia Geral da ONU. Desta vez, o tema foi a “Promoção de fontes de energia novas e renováveis”.

“A questão relativa à energia, renovável e não-renovável, é hoje uma questão chave para a comunidade internacional e exige a identificação de uma estratégia energética duradoura e global” – afirmou, explicando que “tal estratégia deve enfrentar as necessidades a curto e longo prazo, assegurando segurança energética, defesa da saúde e do meio ambiente e a instituição de compromissos concretos para enfrentar os problemas da mudança climática”.

Segundo Dom Migliore, a promoção de fontes de energia novas e renováveis é importante para garantir “um desenvolvimento global e duradouro, que se estenda a todas as áreas do planeta”.

Para isso, é preciso, primeiramente, reconhecer que o progresso no setor das energias renováveis é essencial para a erradicação da pobreza: “A cooperação energética deveria ser orientada a aliviar a pobreza e conciliada com os instrumentos econômicos e fiscais, assim como com a cooperação regional e internacional, a partilha das informações, a transferência de tecnologia e as melhores práticas neste setor”.

Dom Celestino Migliore defende que é necessário favorecer o acesso dos mais pobres a estas inovações, pois embora tenham grande capacidade em matéria de energia renovável, os gastos iniciais são muito altos. “A disponibilidade e o acesso à energia renovável exercem um profundo impacto positivo sobre a saúde, a educação e a alimentação, mas requerem melhores infra-estruturas, asseguradas por marcos legais e institucionais adequados”.

Além disso, o arcebispo lembrou que a identificação de fontes energéticas fiáveis, acessíveis, economicamente praticáveis, socialmente aceitáveis e justas no nível ambiental deve levar em consideração os custos humanos e ambientais a longo prazo: “A exploração ambiental, sem atenção às preocupações a longo prazo, pode levar ao progresso econômico a curto prazo, mas tal crescimento custaria caro”.

O observador sugeriu que as iniciativas comuns sobre a energia renovável se baseiem na “justiça inter-geracional”, dado que a tendência de consumo energético de hoje terá impacto nas gerações futuras. E ainda, para que os programas sobre a energia renovável tenham êxito, “uma adequada educação sobre a consciência energética e a formação permanente” são fundamentais.

A conclusão do arcebispo se resume na necessidade da cooperação pluridimensional que coloque a gestão humana dos recursos da terra no centro dos esforços individuais, nacionais e internacionais, para enfrentar as causas e consequências das mudanças climáticas: “Através da firmeza dos objetivos e da compaixão pelo próximo, seremos capazes de promover um planeta no qual o desejo de cuidar da terra não seja consequência do medo, e sim sinal do desenvolvimento pessoal e econômico a longo prazo”. (CM)







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