PASTORAL DA RUA: VENCER O MEDO E CRIAR ITINERÁRIO DE FÉ
Cidade do Vaticano, 06 nov (RV) - “Quando volta para as ruas, de onde veio,
o Evangelho expressa a sua força de várias formas”. Com este espírito de confiança
e coragem, o Documento final do Primeiro Encontro Europeu sobre pastoral da rua encerrou
o evento, no Vaticano, no último dia 2.
Provenientes de 15 diferentes países,
especialistas, delegados de associações e movimentos e de Congregações religiosas
masculinas, confrontaram-se para elaborar linhas comuns e concretas de ação junto
a usuários das estradas, das ferrovias, crianças de rua e pessoas sem-casa.
As
idéias mais recorrentes no documento são ‘reconhecimento da dignidade e do valor de
toda pessoa’, ‘paciência na obra de acompanhamento’, ‘necessidade de criar uma rede
e sinergias com os mais experientes na problemática da rua’.
O maior compromisso
é com a criatividade: a Igreja deve encontrar oportunidades e locais novos para encontrar
os motoristas e suas famílias, no caso de trabalhadores das estradas. Deve-se também
desenvolver uma pastoral específica para autores e vítimas de acidentes rodoviários,
incluindo a educação à guia e à reconciliação, em caso de luto.
O documento
propõe a criação de estruturas de caráter familiar para acolher as mulheres da rua
e prostitutas, oferecendo-lhes ocasiões de encontro com os paroquianos e novas perspectivas
de vida. “O problema da prostituição não pode ser separado da questão da pobreza”
– recorda o texto.
Enfim, recomenda-se um maior esforço em educar os jovens
ao respeito entre homens e mulheres e em relação aos meninos de rua, para os quais
se pede aos governos melhores políticas de combate às injustiças.
O primeiro
passo é ir a estes jovens onde eles estiverem, passando da ‘pastoral da espera’ à
‘pastoral do encontro’, com o objetivo de reintegrá-los em suas famílias ou em estruturas
familiares alternativas.
No âmbito da prevenção, a Igreja é chamada a promover
atividades como esporte e música para os jovens; e formação técnica, psicológica e
espiritual para os agentes pastorais.
“A língua da Igreja é diferente da língua
dos Estados” – observa o Documento. As pessoas sem-casa não devem ser vistas apenas
como um problema, mas como uma das expressões da presença de Cristo entre nós.
Concluindo,
o Documento destaca que para aqueles que vivem e sofrem nas ruas, um itinerário de
fé é possível e necessário. O importante é vencer o nosso medo, que quase sempre é
o primeiro obstáculo à evangelização. (CM)